Política

Jerônimo quer propor a Lula que livros didáticos ensinem papel da Bahia na Independência do Brasil

É esperado presença do presidente nas comemorações do 2 de julho

Vagner Souza/Salvador FM
Vagner Souza/Salvador FM

O Governador Jerônimo Rodrigues (PT) planeja propor ao Ministério da Educação que inclua nos livros didáticos a história da Independência do Brasil na Bahia. O petista planeja entregar um documento com a solicitação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nas comemorações do bicentenário do dia 2 de Julho, caso o chefe do Executivo nacional compareça.

“Nós vamos propor para o ministro Camilo [Santana], da Educação, possa acolher com tranquilidade, porque a gente não está inventando história. Nós queremos que os livros de história da gente resgatem qual foi a história de cada um, inclusive a história das revoltas que nós tivemos em todo o país, inclusive aqui na Bahia a história de Canudos, por exemplo. Então nós vamos sim levar ao ministro, ao presidente Lula, e ele podendo estar no dia 2 de julho conosco, quem sabe nós podemos entregar um documento solicitando para que os livros de história possam ter capítulos contando a nossa”, disse Jerônimo durante uma entrevista coletiva realizada nesta terça-feira (13).

Para as atividades voltadas ao bicentenário, o governador pretende reforçar a história da luta baiana com comemorações que vão acontecer no interior do estado e na capital. De acordo com Jerônimo, a estratégia é que a potência da data possa alcançar diversos pontos do país.

“Nós estamos pensando que essa programação possa chegar a todo país, afinal de contas a independência do Brasil se deu aqui na Bahia. Os últimos portugueses foram expulsos aqui na Bahia. Essa história, os livros de história e de geografia não contam, e pior, ainda negam a história do povo brasileiro. A história contada atualmente não fala de heróis ou de heroínas, de mulheres, de negros, dos indígenas. Sempre é negada essa história. Então nós temos que recontar essa história, fazer com que os livros de história de todo o Brasil possam determinar que nós temos uma história nossa. O Brasil é um povo colonizado, mas nós tivemos uma luta pra chegar, não com o ‘grito do Ipiranga’, foi uma luta. E nós estamos agora abrindo uma frente para que a gente possa cantar mais o nosso hino, para que a gente possa contar mais a nossa história, para que a gente possa se ver. Um povo de uma história, é um povo sem futuro. Uma pessoa, um homem e uma mulher que não tem a sua história, é um povo delegado a alguém mandar”, explicou o chefe do Executivo estadual.

Jerônimo destacou ainda as estratégias que estão sendo pensadas para dar visibilidade à luta do povo baiano.

“Nós estamos investindo em uma rede de parceiros, de universidades, de escolas, uma rede de historiadores, de institutos, de academia, de prefeitos, de deputados da assembleia, dos poderes instituídos como a imprensa, para que possam ajudar a gente aos poucos e revelando que nós temos estima. A nossa história contada por nós, feita por nós, nos dá valor agregado, nos dá estima e é isso que nós queremos. O lançamento aqui hoje estabelece um conjunto de atividades e não é só no dia 2 de julho, com publicações, com pesquisas, com levantamento das histórias que não são contadas nem nos livros nem por nós. Então esse evento aqui hoje apresenta uma programação para o ano de 2023, não é pra o 2 de julho. É uma programação que a gente quer fazer pra mais cinco anos, uma década, fazendo com que a nossa história seja contada e a gente possa se sentir orgulhoso do que nós fizemos pela Independência do Brasil”, enfatizou.