As investigações da Polícia Federal (PF) devem apontar a atuação parcial de militares nos atos antidemocráticos nas sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro. Com isso, o resultado dos inquéritos vai se contrapor ao desfecho da apuração feita pelo próprio Exército sobre a atuação dos militares que deveriam ter protegido o Palácio do Planalto. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
O inquérito policial militar teria livrado as tropas e apontado "indícios de responsabilidade" da Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
Por outro lado, as investigações da PF teriam mostrado a atuação de integrantes das Forças Armadas não só nos acontecimentos do dia 8 de janeiro em si, mas também na omissão em relação ao acampamento montado em frente ao quartel-general do Exército após as eleições.
A Polícia Federal colheu o depoimento de mais de 80 militares das Forças Armadas —incluindo ao menos quatro generais.
De acordo com a Folha de S. Paulo, integrantes da PF dizem que a investigação leva em conta o contexto de 2022, como a manutenção dos acampamentos de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em frente a quartéis e ao QG do Exército, em Brasília.
Apontam também as descobertas feitas pela PF nos materiais apreendidos no celular do coronel Mauro Cid, principal ajudante de ordens de Bolsonaro.
As mensagens encontradas no aparelho mostram diálogos em que interlocutores, oficiais do Exército e reservistas debatiam o uso das Forças Armadas contra o resultado das eleições vencidas por Lula (PT).
