O empresário George Washington de Oliveira, preso na noite de sábado (24), em Brasília, acusado de planejar um atentado terrorista com o objetivo de explodir um caminhão de combustível, diz que comprou o seu arsenal de armas de fogo influenciado pelo discurso do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Presença constante nos atos bolsonaristas que questionam a derrota de Bolsonaro para Lula (PT) na eleição, Sousa obteve a licença de CAC (colecionador, atirador desportivo e caçador) em outubro de 2021, e desde então já desembolsou R$ 160 mil em pistolas, fuzis e munições.
"O que me motivou a adquirir armas foram as palavras do presidente Bolsonaro, que sempre enfatizava a importância do armamento civil dizendo o seguinte: "Um povo armado jamais será escravizado", relatou o investigado.
Em depoimento à polícia, ele admitiu planejar, com outros manifestantes que ficam acampados em frente aos quartéis do Exército, instalar explosivos em ao menos dois pontos da cidade. A ideia era promover "o caos" e provocar o decreto de "estado de sítio" no Brasil, sendo necessário acionar as "Forças Armadas".
No relato, o homem acusado de terrorismo diz que começou a participar dos protestos antidemocráticos no Pará, logo após o resultado do segundo turno da eleição, no dia 30 de outubro.
Cerca de duas semanas depois, partiu para Brasília de carro com a mala cheia de armamentos e artefatos explosivos, como escopetas, duas pistolas Glock, fuzil, "mais de mil munições de diversos calibres e cinco bananas de dinamite".
A flexibilização do registro de CAC's e compra de armas e munições se tornou uma das marcas do governo Bolsonaro, com um aumento de mais de 400% em novas licenças nestes últimos quatro anos.
O presidente eleito Lula (PT) já indicou que pretende começar uma campanha para incentivar o desarmamento e tornar mais rígido o controle para compra de armas. O futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, sinalizou ainda que pode repassar mais verbas para os estados que promoveram uma política desarmamentista como plano de combate à violência.