A proposta de reforma da Previdência que será encaminhada ao Congresso começou a provocar divergências dentro do novo governo. Elas apareceram já na primeira reunião ministerial, ocorrida na quinta-feira.
Nela, o ministro de Economia, Paulo Guedes, defendeu a necessidade de fazer uma reforma robusta para conter o crescimento das despesas da União. O presidente Jair Bolsonaro, no entanto, teria demonstrado “desconforto” e “dificuldade em aceitar uma proposta mais abrangente”, contou uma fonte a par do assunto.
Ficou acertado, então, que o assunto voltaria a ser discutido em outra reunião. Logo depois do encontro, o presidente gravou uma entrevista ao SBT, defendendo a adoção de idade mínima para aposentadoria de 62 anos para homens e 57 anos para mulheres até 2022. E afirmou que caberia a seu sucessor decidir se daria continuidade à reforma.
As declarações de Bolsonaro surpreenderam integrantes da equipe econômica e especialistas que estão auxiliando na elaboração da proposta de mudanças na Previdência no novo governo. Segundo técnicos envolvidos nas discussões, eles passaram o dia de ontem tentando entender o que o presidente quis dizer. O texto da minuta da proposta ainda não foi formatado e apresentado.
O Globo /// Figueiredo