Política

Governo Bolsonaro pediu propina em compra de vacina, diz vendedor de imunizante 

O pedido teria partido do diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, indicado pelo deputado Ricardo Barros

Isac Nóbrega/PR
Isac Nóbrega/PR

Representante da empresa Davati Medical Supply, Luiz Paulo Dominguetti Pereira, afirmou que o governo do presidente Jair Bolsonaro pediu US$ 1 de propoina por dose comprada. 

Segundo a Folha, o pedido teria partido do diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias. A cobrança teria ocorrido em um jantar no restaurante Vasto, no Brasília Shopping, região central da capital federal, no dia 25 de fevereiro.

Roberto Dias foi indicado ao cargo pelo líder do governo de Jair Bolsonaro na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR). Sua nomeação ocorreu em 8 de janeiro de 2019, na gestão do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (DEM). A Folha tentou, sem sucesso, contato com Dias na noite desta terça-feira (29). Ele não atendeu as ligações.

A empresa Davati buscou a pasta para negociar 400 milhões de doses da vacina da AstraZeneca com uma proposta feita de US$ 3,5 por cada (depois disso passou a US$ 15,5). "O caminho do que aconteceu nesses bastidores com o Roberto Dias foi uma coisa muito tenebrosa, muito asquerosa", disse Dominguetti.