Política

Gilmar Mendes diz que votação fatiada de impeachment é, 'no mínimo, bizarro'

A votação fatiada do processo de impeachment é, "no mínimo, bizarro" e "não passa na prova dos 9 do jardim de infância do direito constitucional".

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Na avaliação do presidente do TSE, a votação dessa forma é

 

Um dia depois de o Senado Federal decidir pela cassação de Dilma Rousseff, mas manter o seu direito a exercer funções públicas, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, disse nesta quinta-feira, 1º, que a votação fatiada do processo de impeachment é, "no mínimo, bizarro" e "não passa na prova dos 9 do jardim de infância do direito constitucional".

Para o presidente da corte eleitoral, o resultado do julgamento de Dilma abre precedente "que preocupa" e pode repercutir "negativamente" nas cassações de mandatos de deputados, senadores e vereadores.

"Há uma singularidade que eu acho que a gente tem de discutir. O que se fez lá (no Senado) foi um DVS (destaque para votação em separado), não em relação à proposição que estava sendo votada, mas em relação à Constituição. O que é, no mínimo, pra ser bastante delicado, bizarro… Fazer um DVS em relação à própria norma constitucional", comentou Gilmar Mendes a jornalistas.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, responsável por conduzir o julgamento do impeachment, decidiu aceitar o destaque apresentado pela bancada do Partido dos Trabalhadores, que pediu que a votação do impeachment fosse dividida em duas partes, e não de maneira conjunta. Dessa forma, Dilma manteve os direitos políticos, embora tenha tido o seu mandato cassado.

(Estadão) (AF)