O PL na Bahia elegeu apenas um prefeito nas eleições de 2024 e 65 vereadores. O resultado dividiu o partido entre o grupo de Dra. Raíssa e do deputado estadual Diego Castro, e aqueles que defendem a permanência do atual presidente da sigla, João Roma.
O estopim do racha no PL se deu após fala de Diego Castro, em que ele criticou as decisões do Diretório em não lançar muitas candidaturas. Ademais, o parlamentar alegou não ser ouvido pelo grupo. Ao ser questionado, pelo PSNotícias, sobre possível troca no comando do partido, Castro reiterou essa situação.
“Não sei, sou totalmente blindado dessa questão. Eu não tenho participação ativa no Diretório. O que tudo indica é que Roma permanece presidente. E eu apoio quem Jair Bolsonaro estiver apoiando”, declarou.
Nesse sentido, o liberal ainda alfinetou seus companheiros de partido: “Sempre fui paz e amor. Agora tem que perguntar aos que se dizem meus amigos. Tem que perguntar para eles se também são meus amigos. Afinal, não procuro estar boicotando a base de ninguém, mas não sei se os que dizem aliados, trabalham da mesma forma comigo”, cutucou.
Eduardo Bolsonaro não gostou
O deputado federal Eduardo Bolsonaro, por meio da plataforma “X”, criticou Diego Castro, Dra. Raíssa e a apresentadora Vanessa Moreira. A comunicadora atua na rádio conservadora Brado, mas seria um desafeto da família Bolsonaro. Segundo o parlamentar, Vanessa chamou ele de “bananinha” e o ex-presidente de “cadela”.
“A Vanessa Moreira? Que costuma chamar meu pai de cadela e outras difamações? A mesma que também é dona de empresas? Essas empresas receberam cerca de R$ 2 milhões em repasses do PL, através de seu deputado Diego Castro, via verba de gabinete e campanha eleitoral. Eu me pergunto o porquê a Dra. Raissa, que também segue essa linha da “crítica construtiva” contra Bolsonaro, tem tanto espaço na Rádio Brado? Obviamente, ‘$em’ qualquer ‘intere$$e’ por parte da Brado”, escreveu Eduardo.
Questionado pelo PSNotícias sobre o racha no partido externalizado em sua fala, Castro amenizou e disse apoiar quem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) orientar. “Eu nunca quis criar divisão. Eu só expressei minha insatisfação, apesar disso, entendo que tirar o PT da Bahia é muito maior do que qualquer pretensão pessoal. E esse é o sentimento de nosso presidente também. E eu acompanho o que o nosso presidente decidir, seja quem for. Se ele designou João Roma, a gente vai ter que acompanhar”, finalizou.
Apoiam Roma
Os números deste pleito representaram uma queda em comparação com 2020, quando a legenda conseguiu emplacar 20 chefes do executivo e 239 vereadores em todo o estado. Por outro lado, a Bahia aparece na contramão do desempenho nacional. Em 2020, a legenda conquistou duas cidades grandes, já em 2024 a legenda conseguiu 20 cidades com mais de 200 mil habitantes.
Mesmo assim, uma ala do partido defende a atuação de Roma, dentre eles, o deputado Leandro de Jesus. Em entrevista ao PSNotícias, o parlamentar declarou que Roma é “extremamente leal e tem total confiança de Jair Bolsonaro”. Além disso, entendeu que o PL não teve um resultado negativo no pleito de 2024.
“O PL hoje é o maior partido do Brasil, maior referência e fundo eleitoral. Seria muito fácil atrair o grupo da velha política só para eleger quadros, mas o objetivo não é esse. O propósito do PL é a formação de liderança e isso significa que não tínhamos a obrigação de alcançar o maior número de prefeituras. Além de termos alcançado vitória de diversos pleitos, em que estivemos como base, como em Lauro de Freitas e Salvador, em que tiramos o projeto do PT”, opinou o deputado.
José Carlos Aleluia
Em meio ao racha, já existem nomes cotados para assumir o posto de João Roma, dentre eles José Carlos Aleluia. Nomeado para ser conselheiro da Itaipu Binacional pelo então presidente Jair Bolsonaro, em 2019. Aleluia foi deputado federal por seis mandatos, além disso, passou seis anos à frente do PL.
Em entrevista ao Programa Fora do Plenário, da Salvador FM, Alexandre Aleluia, que é filho de José Carlos, negou essa possibilidade. “Não existe nenhuma iniciativa nossa sobre o assunto. Garanto. Conversei com Aleluia sobre o assunto. Ele está na vida privada, ou seja, não está na nossa alça, como missão e objetivo”, revelou.
Outrossim, Alexandre Aleluia endossou as críticas ao resultado eleitoral do PL e disse ser necessário uma reestruturação na legenda. “O Partido não teve uma performance condizente com 20% do tempo de tv, 99 deputados e o maior partido do Brasil. É um momento do partido refletir sobre suas configurações. Acredito que João Roma pode encarar e trilhar essa reconstituição. Defendo a permanência dele, ele pode sim encontrar o caminho da vitória para o partido”, finalizou.
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