O presidente Jair Bolsonaro disse que a decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sobre cassação do mandato do deputado estadual Fernando Francischini (PSL-PR) é "um estupro". A decisão foi tomada após o deputado divulgar fake news contra o sistema eletrônico de votação nas eleições de 2018.
"Há três anos não converso com o deputado Francischini. A cassação dele foi um estupro. Por ter feito uma live 12 minutos antes, não influenciou em nada. Ele era deputado federal. Foi uma violência (…) Aquela cassação foi uma violência contra a democracia", declarou Bolsonaro.
A declaração aconteceu nesta sexta-feira (5) no Paraná, durante solenidade de entrega da ampliação de sistemas de abastecimento de água em Ponta Grossa, localizada a 116 km de Curitiba. Durante ocasião, presidente chegou a comparar a cassação ao AI-5, instrumentos institucionais mais duro da ditadura militar (1964-1985) que tirava a liberdade dos cidadãos. "A cassação do mandato realmente é uma passagem triste da nossa história. Nem na época do AI-5 se fazia isso, e o pessoal critica tanto nosso AI-5", continuou o presidente da República.
Horas depois, Bolsonaro participou de uma outra solenidade da cidade de Castro, onde criticou novamente o TSE. "Respeito o Tribunal Superior Eleitoral, mas lamento esta decisão. Nós devemos nos revoltar, nos indignar com situações porque amanhã pode acontecer com alguém ligado à nossa família ou a nós mesmos", disse.
O mandato de Francischini foi cassado na semana passada devido uma publicação feita no dia das eleições de 2018. Em vídeo, o deputado afirma que as urnas eletrônicas haviam sido fraudadas para impedir a votação em Bolsonaro. Decisão também determina que deputado ficará inelegível por oito anos, contados a partir de 2018.
Em meio às críticas, Jair Bolsonaro retirou os ataques sobre sistema eletrônico de votação e declarou confiar nele em 2022 por ter militares na comissão que acompanhará as eleições.”Tenho tranquilidade porque o voto eletrônico, fiquem tranquilos, vai ser confiável no ano que vem. Por quê? Porque tem uma portaria do presidente do TSE, Barroso, convidando entidades para participar das eleições, dentre elas as nossas, as suas Forças Armadas", afirmou.