Documento da CPI dos Fundos de Pensão mostra que executivos da OAS estiveram pelo menos 45 vezes na Funcef, dos funcionários da Caixa, de 2011 a 2015. Antonio Carlos Mata Pires, filho do dono da empreiteira, César Mata Pires, foi o recordista de visitas: esteve por lá 16 vezes. A Funcef não diz com quem Mata Pires se reuniu. Diz apenas que esteve como representante da OAS para tratar de assuntos relacionados à Invepar e à OAS Empreendimentos. A OAS não se posicionou.
Numa das visitas, Antonio Carlos Mata Pires passou o dia na Funcef. Chegou às 10h52 e só saiu às 18h23. Além de herdeiro do grupo, ele é diretor da OAS. Léo Pinheiro, ex-presidente e sócio da OAS, preso na Lava Jato, esteve sete vezes no fundo no período analisado.
Os dados chamaram a atenção da CPI, que busca entender porque a Funcef despejou tanto dinheiro na OAS, alvo da Lava Jato. “Queremos saber se os negócios pareciam tão bons ou se houve tráfico de influência”, diz Efraim Filho (DEM-PB), presidente da comissão.
Nos cálculos de técnicos da Fazenda, se nada for feito, o sistema previdenciário brasileiro colapsará em dez anos, e não em 30 anos, conforme projeções anteriores. Daí a urgência da reforma da Previdência, defendida pelo ministro Nelson Barbosa.
Dilma Rousseff determinou que o governo apresente uma proposta de reforma ao fórum que debate o tema na próxima quarta (17). A equipe do ministro Miguel Rossetto (Trabalho e Previdência) é contra a ideia. Não quer melindrar as centrais sindicais.