Política

FHC é importante para para Lava Jato, diz Moro em vazamento

E para se livrar da pecha de operação político-partidária, procuradores chegaram a utilizar uma denúncia prescrita de caixa dois envolvendo o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC).

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Procurador usa nome de ex-presidente e processo prescrito para respaldar percepção pública de que a operação é imparcial - Foto: Marcello Casal Jr l Agência Brasil l 29.3.2019

Novas conversas divulgadas nesta terça-feira, 18, pelo site The Intercept Brasil mostraram a preocupação de membros da Lava a Jato e do ex-juiz e atual ministro da Justiça e Segurança Pública do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL), Sérgio Moro, em relação à percepção pública de imparcialidade da operação.

E para se livrar da pecha de operação político-partidária, procuradores chegaram a utilizar uma denúncia prescrita de caixa dois envolvendo o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC).

Em um trecho da conversa, o então juiz Moro pergunta ao procurador do Ministério Público Federal, Deltan Dallagnol, se a denúncia contra FHC seria consistente.

“Tem alguma coisa mesmo séria do FHC? O que vi na TV pareceu muito fraco. Denúncia de caixa dois de 1996? Não estaria mais do que prescrito?”, questionou Moro.

Deltan respondeu confirmando a impressão do juiz. “Em princípio sim, o que tem é muito fraco. Foi enviado para São Paulo sem se analisar prescrição. Suponho que de propósito. Talvez para passar recado de imparcialidade”, afirmou.

Ao saber o motivo do envio, Moro questionou. “Ah, não sei. Acho questionável pois melindra alguém cujo apoio é importante”, ressaltou Moro.

Imparcialidade?

As conversas vazadas são de 2015, 2016 e 2017. Período em que o Partido dos Trabalhadores (PT) questionava a parcialidade na condução da Lava Jato contra o partido e o ex-presidente Lula.

Nas mensagens, os procuradores falam de “argumentos pela imparcialidade” e “passar recado de imparcialidade”, com insistência.

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