A deputada estadual Fátima Nunes, líder do PT na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), reafirmou o "orgulho de ser preta", na quarta-feira (4), mesmo após o polêmico discurso feito pela petista, no plenário da Casa, na última segunda-feira (2).
Na ocasião, ao discursar sobre ações do governador do estado, Jerônimo Rodrigues (PT), Fátima, que está no seu sexto mandato e tem um salário superior aos R$ 30 mil, ressaltou o orgulho em ser "preta e pobre". Contudo, conforme registro no Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA), para as eleições de 2022, a petista se autodeclarou branca. A frase dela ainda vai de encontro ao que consta na certidão de nascimento, quando foi registrada como branca.
Com salário de R$ 31 mil, deputada branca diz ter 'orgulho de ser preta e pobre' pic.twitter.com/0mV73ebI7P
— Portal Salvador FM (@PortalSsaFM) October 4, 2023
Em entrevista, a parlamentar disse que a fala na sessão ordinária ocorreu por causa de um "sentimento social". "Às vezes carrego na expressão de falar isso, que me orgulho de ser uma pessoa que nasceu com as marcas das desigualdades sociais, mas a gente luta todos os dias, e nessa luta a gente está conquistando o espaço que nos é de direito", disse ao G1.
"Naturalmente carrego no sangue [a autodeclaração preta], no sentimento de luta por direitos do povo negro, e embora tenha, digamos assim, minha pele mais clara, por conta dessa miscigenação, mas é o meu sentimento. É o que tenho pelas dificuldades, discriminações vividas, também vivenciadas no dia-a-dia", completou.