Política

Ex-secretário de Administração Penitenciária do Rio deixa a prisão

Ele havia sido preso pela Operação Simonia

Divulgação
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O ex-secretário de Estado de Administração Penitenciária (Seap) do Rio de Janeiro, Raphael Montenegro, deixou na manhã deste domingo (22) o Presídio Pedrolino Werling de Oliveira, conhecido como Bangu 8. Acusado de negociar acordos com líderes da facção Comando Vermelho, ele estava preso desde a última terça-feira (17) por determinação do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2).

Montenegro comandava a pasta desde janeiro. Ele foi alvo da Operação Simonia, deflagrada pela Polícia Federal (PF) em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF) e o Departamento Penitenciário Federal (Depen). São investigados ainda Wellington Nunes da Silva e Sandro Farias Gimenes, que eram subsecretários da Seap. Os dois também foram presos e exonerados e, da mesma forma, foram colocados em liberdade neste domingo (22). O prazo da prisão dos três definido pelo TRF2 se encerrou neste sábado (21) e não houve extensão.

Segundo a PF, a atuação da cúpula da Seap cometeu desvios em troca de influência sobre os locais de domínio destes traficantes, além de outras vantagens ilícitas. Na decisão que determinou as prisões, o desembargador Paulo Espirito Santo registrou que as negociações permitiam que os integrantes da facção “continuassem comandando (com maior facilidade) suas atividades criminosas de dentro da cadeia, ao passo que eles, os presos, dariam uma 'trégua' em determinadas atividades criminosas, a fim de que prevalecesse perante a sociedade e as autoridades de segurança pública uma falsa sensação de tranquilidade social”. Há suspeita de que também tenha ocorrido pagamentos de propina.

Considerada a maior facção criminosa de tráfico de drogas do estado, o Comando Vermelho teria conseguido inclusive a soltura irregular de um membro apontado pela PF como um criminoso de alta periculosidade. Ele foi colocado em liberdade mesmo com mandados de prisão pendentes de cumprimento.

De acordo com a PF, acordos também se deram para efetuar o retorno ao sistema prisional do Rio de Janeiro de presos que tinham sido transferidos para o Paraná. Outro tema que teria sido discutido com a facção foi a liberação de entrada de itens proibidos nas unidades penitenciárias.

Na Operação Sinfonia, foram cumpridos ainda mandados de busca e apreensão e recolhidos celulares, arquivos digitais e documentos em endereços relacionados aos investigados. A quebra do sigilo telefônico também foi autorizada.