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Ex-presidente do BC sugere 'congelamento' do salário mínimo

Ex-presidente do BC sugere 'congelamento' do salário mínimo
Edilson Rodrigues/Agência Senado

O ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, sugeriu o “congelamento” do salário mínimo, por pelo menos seis anos, como forma de o Brasil controlar os gastos públicos que, segundo o economista, estão “totalmente descontrolados”.

A declaração foi dada durante um painel na Brazil Conference, que acontece nos Estados Unidos. Segundo Fraga, o salário mínimo não teria qualquer reajuste acima da inflação, permanecendo no valor de R$ 1.518 – o governo prevê que ele chegue a R$ 1.627 em 2026.

“Uma conta gigante é a Previdência. Precisa de uma reforma grande. Uma boa e mais fácil seria congelar o salário mínimo por seis anos. O número 2 é a folha de pagamento do Estado. O RH do Estado brasileiro precisa passar por uma reforma radical”, disse.

Ele admitiu, contudo, que a medida não traria benefícios ao presidente Lula, que vem enfrentando rejeição ao seu governo. Por outro lado, Armínio Fraga endossou a crítica à política fiscal.

“Congela o salário mínimo, que não é palatável, mas não dá para fazer o salário mínimo ficar crescendo 2,5% nessas circunstâncias, e reduz os gastos tributários em 2% do PIB. Isso daria uns 3% do PIB, e eu acho que virava o jogo.” Ele afirmou ainda que o Brasil é um “paciente na UTI”.

Como funciona a regra do salário mínimo no governo Lula

De acordo com a Folha, a regra vigente no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prevê que o ganho real do salário, acima da inflação, continuará atrelado ao crescimento do PIB de dois anos antes, mas não poderá superar a correção do limite do arcabouço fiscal — que oscila entre 0,6% e 2,5% ao ano.