Quatro ex-ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) organizam um manifesto em defesa da democracia e do sistema eleitoral brasileiro, após novos ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL) colocando em cheque a segurança das urnas eletrônicas.
O documento será publicado no dia 11 de agosto, em ato público que será realizado na Faculdade de Direito da USP. A ideia é reviver um ato histórico simbólico que aconteceu no mesmo local, em 1977, durante o regime militar. À época foi feita a leitura de uma carta que denunciava a repressão da ditadura e defendia o reestabelecimento da democracia.
Até o momento, assinaram os ministros Celso de Mello, Carlos Ayres Britto, Cesar Peluso e Eros Grau. Celso de Mello, que se aposentou durante o atual governo, em 2020, foi convidado para ler a carta às 11 horas da manhã do dia 11, no pátio da faculdade.
A nova carta foi redigida por juízes, procuradores e advogados. Em determinado trecho, ressalta o risco e ameaça à ordem democrática.
“Ao invés de uma festa cívica, estamos passando por momento de imenso perigo para a normalidade democrática, risco às instituições da República e insinuações de desacato ao resultado das eleições”, diz um trecho da carta do ato suprapartidário.
“O que nos une é a defesa da democracia, das regras do jogo”, afirma o juiz federal Ricardo Nascimento, um dos organizadores do ato.