Política

Ex-ministro e pastores ligados a Bolsonaro são alvos da PF por desvios no MEC

São cumpridos mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao ex-ministro e aos pastores Arilton Moura e Gilmar Santos, apontados como lobistas dentro do MEC

Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, e pastores suspeitos de comandarem um gabinete paralelo que comandava o repasse de verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), ligados ao presidente Jair Bolsonaro (PL), são alvos de uma operação da Polícia Federal, na manhã desta quarta-feira (22).

São cumpridos mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao ex-ministro e aos pastores Arilton Moura e Gilmar Santos, apontados como lobistas dentro do MEC.

Eles são tratados como personagens centrais no esquema que transformou o órgão em um balcão de negócios dentro da pasta, que tinha bastante poder, já que influenciavam diretamente no repasse de verbas aos municípios do país.

O esquema foi revelado em março e à época o prefeito de Luís Domingues, no Maranhão, Gilberto Braga (PSDB) revelou que um dos pastores pediu 1kg em ouro para liberar a transferência de recursos destinados à educação.

Em áudio vazado obtido pela Folha de S. Paulo, o pastor presbiteriano Milton Ribeiro, então titular do MEC, admitiu que a pasta priorizava pastores que tinham relação com Bolsonaro.

"Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do [pastor] Gilmar", diz o ministro em um dos trechos.

No Congresso, a oposição tentou instaurar uma CPI para apurar o caso, mas acabou sendo barrada.