O prefeito ACM Neto (DEM) vive um dilema no processo de escolha de quem vai ocupar a vaga de vice na eventual tentativa de reeleição para o Palácio Thomé de Souza.
O cenário até então desenhado mostrava um favoritismo do PMDB com o deputado estadual Bruno Reis, porém o PRB iniciou uma negociação paralela para emplacar João Roma, após a direção nacional dar o aval para que a deputada federal Tia Eron participe do pleito como candidata a prefeita.
O principal argumento – que tem deixado o prefeito com alerta ligado – são pesquisas que apontariam um potencial de crescimento até um teto de 20%, o que tornaria o segundo turno ainda mais provável em Salvador.
A preocupação do prefeito é tamanha que ele embarcou para Brasília, numa tentativa de encontrar o presidente nacional do PRB, Marcos Pereira, ministro Indústria, Comércio Exterior e Serviços.
Viu frustrada a conversa. Pereira só deve conversar com ACM Neto quando retornar de viagem, o que não deve acontecer nos próximos dias.
Para o PRB, a condição de mulher negra potencializa os votos da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), que comanda o partido, além da disponibilidade de suportes de comunicação – em alusão os próprios meios da IURD e a possiblidade de críticas à gestão de ACM Neto nas emissoras controladas pelo grupo, o que também não auxiliariam no processo político.
Como os irmãos Geddel e Lúcio Vieira Lima não escondem a predisposição em lutar para que o PMDB indique o candidato, o impasse está formado.
Nas entrelinhas políticas, a dupla peemedebista pressiona ACM Neto e não aceitam que Roma, que iniciou a disputa como um azarão, seja alçado à condição de vice.
Do lado do PRB, acontece situação similar, porém oposta. O partido não acata outro nome que não o do ex-chefe de gabinete do prefeito – com direito a um veto ao nome de Bruno Reis. Caso não aconteça a indicação de Roma, Tia Eron sairá candidata.
ACM Neto está entre a cruz e a espada. Nesta disputa, um gigante vai cair.
(Bahia Notícias) (AF)