Após o presidente Bolsonaro ter sancionado a lei do novo piso da categoria no mês passado, representantes da classe de enfermeiros avaliam que o presidente tem aproveitado a pauta para fazer campanha junto aos trabalhadores, mas temem que o uso político diminuirá a partir desta semana.
Depois dos votos de Rosa Weber e Edson Fachin no STF (Supremo Tribunal Federal) contra a suspensão do piso da categoria, o placar mostrou equilíbrio no debate, o que deve aliviar a carga política do tema pelo governo, na opinião de Solange Caetano, secretária-geral do SEESP (sindicato dos enfermeiros em São Paulo).
Os dois ministros da corte que foram indicados pelo presidente, Nunes Marques e André Mendonça, também votaram contra a suspensão. Com a adesão de Weber e Fachin ao movimento contrário à liminar de Luís Roberto Barroso, que suspendeu o piso, o apelo político acabou sendo afastado da discussão, na opinião de Caetano.
Por 7 votos a 4, o STF decidiu na sexta (16) suspender os efeitos da lei que determina o piso nacional da enfermagem no país. A decisão é válida até que se esclareça o impacto financeiro da medida para estados, municípios e hospitais. Para isso, diversos órgãos terão prazo de 60 dias para esclarecer a viabilidade da implantação do piso de R$ 4.750 sem desencadear demissões em massa e fechamento de leitos.