Eleições

Em debate, Lula usa pandemia para atacar Bolsonaro, que relembra 'Petrolão"

"Por que houve tanta demora para se comprar vacina?", indagou o ex-presidente

Montagem
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O primeiro debate no segundo turno da eleição presidencial, transmitido neste domingo (16) pela TV Band, entre Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL) foi marcado por troca de acusações de incompetência e corrupção.

No primeiro bloco, Lula mostrou domínio e usou a gestão de Bolsonaro na pandemia para atacá-lo.

"Brasil tem 3% da população mundial. E o Brasil teve 11% das mortes da pandemia no mundo. Por que houve tanta demora para se comprar vacina? O senhor não se sente responsável? O senhor não carrega nas costas um pouco do sofrimento dos brasileiros de ser responsável pelo menos por 400 mil mortes nesse país?", indagou.

"Não tem na história de nenhum governo do mundo alguém que brincou com a morte e com a pandemia como você brincou", disse o petista, que precisou responder a Bolsonaro sobre os casos de desvios e esquemas na Petrobras durnte o seu governo.

"Se houve corrupção na Petrobras, olha, apreendeu-se o ladrão que roubou, acabou. E prendeu porque houve investigação. Porque, no nosso governo, nada era escondido. A gente não tinha sigilo. Não tinha sigilo do filho, da filha, não tinha sigilo do cartão de crédito", rebateu.

Bolsonaro, por sua vez, também se desvencilhou da responsabilidade sobre o "orçamento secreto", ao ser confrontado pelo adversário que ameaça a sua reeleição.

"Eu não tenho nada a ver com esse orçamento secreto. Posso até entender que o Parlamento trabalha melhor na distribuição de renda do que nós, do lado de cá", reagiu Bolsonaro.

Lula questionou o presidente sobre a declaração sobre adolescentes venezuelanas que repercutiu no fim de semana de Bolsonaro. Em participação em podcast, o presidente disse que "pintou um clima" entre ele garotas de 14 e 15 anos, dando a entender que elas estavam se prostituindo.

Assim como já tinha sido defendido por seus familiares, Bolsonaro alegou que usa a expressão "pintou um clima" em diferentes contextos e que, neste caso, não tinha conotação sexual. Ele acusou a campanha de Lula de tentar atingir a sua figura com o que tem de "mais sagrado: defesa da família brasileira, defesa das crianças".

UNIVERSIDADES

O ex-presidente questionou quantas universidades Bolsonaro tinha criado no Brasil, contrapondo uma das bandeiras do governo petista, mas o chefe do Executivo reagiu, primeiro, enaltecendo o Auxílio-Brasil.

Na tréplica, Lula voltou a provocar e Bolsonaro lembrou que ao menos dois anos do seu mandato foram durante a pandemia e não tinha sentido abrir novas instituições, citando ainda o endividamento dos jovens com o Fies.

"Seu Lula, durante a pandemia, dois anos as universidades ficaram fechadas. Não tinha cabimento você abrir universidade para ficar fechada. Agora, o senhor junto ao Fies, o senhor ofereceu crédito a milhões de jovens, milhões de jovens. E mais de um milhão estava endividados sem condição de pagar esse crédito, o Fies", criticou.