O ex-governador da Bahia e pré-candidato ao Senado, Jaques Wagner (PT), pode ser, de fato, o plano B do PT, nas eleições presidenciais considerando um cenário sem Lula na disputa.
O petista, no entanto, não deve sair como candidato e sim como vice-presidente na chapa de Ciro Gomes (PDT). Wagner comunicou ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que, caso a candidatura do petista seja rejeitada pela Justiça, pretende se apresentar como candidato a vice-presidente, endossando cabeça de chapa de outro partido.
Ele defende que na impossibilidade legal do que chama de plano L, o PT deveria abraçar o plano C — de Ciro Gomes, candidato do PDT à Presidência. A informação é da Revista Época.
Nas diversas entrevistas que deu sobre o assunto, o ex-governador da Bahia refutou a tese de ser o substituto de Lula. Na chapa do atual governador Rui Costa (PT), Wagner lidera nas pesquisas.
A articulação para ser vice de Ciro vem da tese que Wagner teria mais chances reais de vitória do que se fosse candidato a presidência, já que a transferência de votos de Lula para um candidato indicado por ele — na reta final da campanha — seria apertado demais.
Ainda segundo a revista Época, em matéria assinada por Bernado Melo e Plínio Fraga, na semana passada, Jaques Wagner telefonou ao coordenador do programa de governo petista, Fernando Haddad, informando-o de sua decisão. Pediu que o ex-prefeito paulistano reforçasse com Lula a estratégia que defende, de se postar como candidato a vice, com o PT abrindo mão da cabeça de chapa. Formado em Direito, Haddad foi incluído no rol dos defensores legais do ex-presidente.
Ele tem acesso livre à cela em que Lula cumpre pena de 12 anos de prisão, condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Surpreso com o telefonema do ex-governador baiano, Haddad sugeriu que o próprio Wagner tratasse do tema com Lula.
Avaliou que não seria o canal adequado, porque parte do PT — em especial lideranças mais jovens — acredita que o ex-prefeito deve ser o plano B. Wagner, no entanto, é o candidato alternativo de lideranças petistas mais tradicionais e importantes, como o ex-ministro José Dirceu. Haddad preferiu se manter neutro diante da articulação que Wagner sinalizou iniciar.
“A tese é que, não sendo Lula, o PT não deve indicar o substituto. A discussão não inclui necessariamente a questão de vice, a menos que o PT queira estar na chapa. Não estou tratando de Ciro, mas do conceito”, disse Wagner a ÉPOCA.
BNwes/// Figueiredo