Política

Em audiência com presidente da Coelba, deputados relatam prejuízos com deficiência no fornecimento de energia

Ciarlini ainda afirmou que a Coelba faz mais de 200 mil novas ligações por ano. Somente em 2022, foram 160 mil em áreas urbanas e 66 mil em áreas rurais. Entre 2018 e 2022, a empresa investiu mais de R$ 10 bilhões em novas subestações ou ampliação daquelas já existentes. O presidente da companhia disse ainda que, do total da tarifa de energia, 32,3% vai para a Coelba, 30,7% são impostos e encargos e 36,9% vão para compra de energia e custos de transmissão. 

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As comissões de Agricultura e Infraestrutura da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) apresentaram nesta terça-feira (30) a proposta de criação de um grupo de trabalho para debater e apresentar soluções para os problemas no fornecimento de energia, que prejudicam diversos setores do estado. A proposição ocorreu durante audiência pública conjunta realizada por ambos os colegiados com a presença do presidente da Coelba, Luiz Antonio Ciarlini, além do secretário estadual de Desenvolvimento Rural, Osni Cardoso, e do chefe de gabinete da Secretaria da Agricultura do Estado, Luiz Rezende. 

No encontro, os parlamentares relataram problemas causados pelas deficiências no fornecimento de energia em praticamente todas as regiões do estado, causando prejuízos bilionários desde setores industriais até o agronegócio, afetando dos pequenos aos grandes produtores. Além da criação do grupo de trabalho, os deputados das comissões também encaminharam a necessidade de se fazer um "raio-X" das necessidades e dificuldades relacionadas ao fornecimento de energia para buscar resolutividade desses problemas.

Presidente da Comissão de Agricultura, o deputado Manuel Rocha (União Brasil) ressaltou a necessidade de construir o grupo de trabalho para tratar do assunto, com a participação da Alba, do governo do estado, da Coelba, de integrantes do Sistema S, de produtores rurais, da sociedade civil, além de outros segmentos do setor produtivo. A ideia é que o grupo se reuna mensalmente. 

"Hoje os problemas são diversos e atingem todo o estado. No caso do setor agropecuário, impacta do pequeno ao grande produtor. Então, nós estamos propondo a criação desse grupo de trabalho para discutir esses gargalos. Precisamos ter uma noção de quais são as demandas em cada um desses segmentos. Não adianta ficarmos apenas no discurso, na conversa, precisamos avançar e trazer resultados, soluções para estes problemas", afirmou Rocha. 

O deputado citou como exemplo um projeto da Associação dos Produtores Rurais do Pratudão (Aprup), que inclui os municípios de Jaborandi, Côcos, Coribe e Correntina. A iniciativa já conta com acesso à água e licenças ambientais, numa área de 70 mil hectares, mas ainda não há infraestrutura energética, o que impede o início da operação. Os investimentos no projeto são da ordem de R$ 1 bilhão. 

O deputado Eduardo Salles (PP), presidente da Comissão de Infraestrutura, ressaltou que o "raio-X" em torno dos problemas da infraestrutura energética podem servir de base para ajudar na busca por soluções.

Investimentos 
Em sua apresentação, o presidente da Coelba, Luiz Antonio Ciarlini, citou dados sobre investimentos realizados pela concessionária. Ele explicou que a empresa atende a 417 municípios, sendo dois de outros estados. Informou que a companhia conta com 368 subestações na Bahia, sendo a terceira maior distribuidora em quantidade de clientes no país (são cerca de 6,5 milhões). 

Ciarlini ainda afirmou que a Coelba faz mais de 200 mil novas ligações por ano. Somente em 2022, foram 160 mil em áreas urbanas e 66 mil em áreas rurais. Entre 2018 e 2022, a empresa investiu mais de R$ 10 bilhões em novas subestações ou ampliação daquelas já existentes. O presidente da companhia disse ainda que, do total da tarifa de energia, 32,3% vai para a Coelba, 30,7% são impostos e encargos e 36,9% vão para compra de energia e custos de transmissão. 

Em relação à região Oeste da Bahia, cuja principal atividade é a agropecuária, ele informou que houve por muitos anos uma dificuldade por falta de rede básica que proporcionasse a expansão. Hoje, continuou, há uma dificuldade maior nos locais mais ao norte da região Oeste. "É uma área muito grande, com entrada de cargas muito grandes", disse.