A presidente Dilma Rousseff foi vaiada na abertura da primeira edição dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, na noite desta sexta-feira, em Palmas (TO). As vaias surgiram com a chegada da presidente à arena da abertura. Em seguida, outro grupo puxou um coro de apoio a Dilma "Olê olê olê olá, Dilma, Dilma", mas foi seguido de nova onda de vaias.
Antes mesmo da presença da presidente, houve vaias do público em resposta a um grito "Dilma! Dilma", iniciado por parte da plateia. Um dos lideres indígenas, Marcos Terena, ao lado de Dilma, pediu o fim das vaias. "Aqui não é comício, índio não tem costume de vaiar. Nós respeitamos as autoridades."
Além de etnias do Brasil, povos de outros 23 países foram convidados para o evento, que reúne competições entre os grupos indígenas, apresentações culturais e debates. Na arquibancada, havia faixas pedindo a demarcação de terras indígenas e manifestos contrários à PEC 215, que transfere para o Congresso a atribuição de oficializar a demarcação das terras indígenas.
Além do chefe dos terenas, outra liderança dos xavantes, ao microfone, pediu à presidente que não seja aprovada a PEC 215 e que o governo federal olhe com atenção para os guarani caiovás, do Mato Grosso do Sul, "que estão sendo dizimados".
Apesar da visita oficial para abertura dos jogos, Dilma ocupou a maior parte da tarde reunida com empresários do Estado. A reunião não pôde ser acompanhada pela imprensa e a presidente deixou o evento com os indígenas sem discursas nem deu declarações aos jornalistas.
Durante a reunião, ela reforçou apoio à fronteira agrícola Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) em encontro com governadores dos Estados envolvidos no projeto.
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