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'Eleição vai definir se Brasil crescerá 4% ou -2% ano que vem', diz Arida

A primeira vertente, comentou o economista, é a fiscal.

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Um eventual governo de Geraldo Alckmin (PSDB) a partir de 2019 deverá se focar em três principais vertentes no campo econômico, explicou Pérsio Arida, coordenador do capítulo econômico da campanha tucana. "O Brasil vive hoje um momento extraordinariamente grave, resultante de politicas econômicas equivocadas e cuja expressão mais visível são os mais de 12 milhões de desempregados", disse o economista nesta sexta-feira, 21, em sua fala de abertura na sabatina realizada pelo Grupo Estado em parceria com o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

"Esta eleição vai definir se o Brasil crescerá 4% ou -2% no ano que vem", comentou Arida. "A economia funciona muito conforme as sinalizações e precisamos dar as sinalizações corretas", afirmou Arida.

A primeira vertente, comentou o economista, é a fiscal. "Estamos em situação de déficit pelo sexto ano consecutivo, com dívida muito elevada para padrões internacionais e risco externo que bate na nossa porta – Argentina, que fez reformas estruturantes, mas negligenciou o déficit público", declarou.

"Precisamos fazer uma reforma da Previdência e equalizar o déficit público. Somos filosoficamente e totalmente contra a volta da CPMF, se fosse bom, o resto do mundo já teria feito. Gostaria de dizer que pretendemos reduzir a carga tributária, mas seria irresponsável da minha parte", comentou. "Mesmo assim, nosso plano permite zerar o déficit sem aumentar a carga tributária", afirmou.

O plano fiscal do PSDB, disse Arida, prevê zerar o déficit fiscal em dois anos. "Queremos zerar o déficit em dois anos, pois várias das mudanças constitucionais que precisarão ser feitas em 2019 só produzirão efeito em 2020. Acho que dá para zerar o déficit público e ir além, gerar um superávit fiscal de 2% a 2,5% no último ano do governo", comentou.

A segunda vertente do programa prevê uma agenda modernizante da economia. "Prevemos um conjunto de reformas e leis que assegurem à economia condições para garantir o investimento privado. O investimento público está em nível mínimo histórico e gostaria de dizer que vamos aumentar, mas não é o caso", comentou.

"A boa noticia é que não precisamos de investimento público se houver condições apropriadas para atrair investimento privado; o Brasil tem grandes oportunidades, basta criar condições para que o investimento privado nacional-estrangeiro cresça", declarou.

Já a terceira frente no capítulo tucano é a reforma do Estado. "Temos que criar marcos jurídicos adequados. Em todas as atividades de infraestrutura, é preciso marco regulatório adequado, assim como um programa de desburocratização. Agencias reguladoras são peça crítica e infelizmente foram politizadas", apontou o economista.

De acordo com Arida, o orçamento baixo das agências reguladoras reduz a capacidade técnica destes órgãos. "As agências precisam ser normatizadas e simplificadas", disse. Isso permitiria, na sua avaliação um ganho de segurança jurídica.

Estadão // AO