Na Indonésia, o filho do presidente Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, foi convidado a segurar um checão simbólico de 31 bilhões de reais ao lado do empresário Jackson Widjaja. Ele, que é candidato a embaixador do Brasil nos EUA, reapareceu nesta terça-feira já no papel de articulador internacional.
Eduardo Bolsonaro repetiu o vice Hamilton Mourão e acabou se envolvendo numa sangrenta briga empresarial que mobiliza exércitos de consultores, lobistas e até arapongas entre a multinacional Paper Excellence, de Widjaja, e o grupo J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista.
A Paper é sócia da J&F na empresa Eldorado Brasil e briga na Justiça pelo controle da companhia. Pela negociação original, a empresa de Widjaja comprou a companhia por 15 bilhões de reais, mas só conseguiu pagar o equivalente a 49% da Eldorado. Ela tinha um ano para concluir a compra dos outros 51% dos Batista, mas o dinheiro não apareceu.
O prazo venceu em setembro do ano passado sem o pagamento restante. A família Batista permaneceu com o controle da Eldorado. A Paper alegou que não concluiu o pagamento do restante porque, para isso, seria necessário que a J&F liberasse garantias da dívida da Eldorado. O caso virou uma guerra de acusações de ambos os lados.
Eduardo caiu na conversa de um dos lados da briga, visto como um mau sinal para um futuro diplomata, que deve buscar o equilíbrio ao representar interesses empresariais do país. Eduardo até comentou a roupa do investidor. “Na foto eu e o senhor Jackson Widjaya vestimos batik, uma tradicional camisa formal na Indonésia”, escreveu.
A Paper utiliza políticos do governo para tentar criar um clima favorável perante os tribunais na luta com a J&F — o candidato a embaixador até cita a disputa no post. Antes de Eduardo, quem segurou o cheque da Paper foi o vice. A suposta grana dos asiáticos, no entanto, era menor: 27 bilhões de reais.
Com informações da revista Veja // AO