Vice-presidente da Câmara Municipal de Salvador, o vereador Duda Sanches (UB) afirmou nesta quinta-feira (2) que as imagens das câmeras de gravação das sessões do dia 29 e 30 de maio, em que ocorreu a eleição antecipada da mesa diretora e o dia seguinte, ainda não foram encontradas.
"Só peça a ele [Geraldo] que mostre as gravações. Curiosamente só não temos desse dia 29 e 30. Solicitei ao MP que mostrasse o momento exato em que ele votou, inclusive acredito que não foi votado. Foi o voto mais transparênte na tentativa de dar golpe municipal", acusou o presidente municipal do União Brasil, em entrevista ao Ligação Direta, da rádio Salvador FM.
"A gravações não aparecem e o MP já tem conhecimento", acrescentou.
Aliado de ACM Neto, Duda acusou Geraldo de tentar manter a Prefeitura sob o controle do legislativo.
"O que se planeja é transformar a Prefeitura em refém", disparou.
A Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) do União Brasil contra a manobra do presidente da CMS e pré-candidato a vice na chapa do PT, Geraldo Júnior (MDB), segue no Supremo Tribunal Federal (STF). O procurador-geral da República, Augusto Aras, e a Advocacia-Geral da União (AGU), consideraram a reeleição como inconstitucional.
Duda conta que os vereadores só souberam da votação da proposta que aconteceria à tarde, por volta das 11h30. No total, 35 vereadores votaram a favor do projeto, mas metade deles estava em Brasília no dia seguinte para pedir que a reeleição fosse invalidada.
"Fomos surpreendidos, ninguém sabia como agir e tínhamos a certeza que a Justiça tomaria pé da situação. A gente foi levado e deixou tocar o baile", reconheceu o vereador, alegando que os ritos do regimento interno não foram cumpridos, como a espera pelo prazo de nove dias para que o texto fosse pautado.