Política

Dono da Precisa Medicamentos não vai comparecer à CPI e alega “quarentena”

Maximiano apresentou um documento que mostra a entrada dele no Brasil no dia 15 de junho com a ordem da Anvisa para quarentena

Marcelo Camargo/Agência Brasil
Marcelo Camargo/Agência Brasil

O empresário Francisco Maximiano, sócio da Precisa Medicamentos, apresentou à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 uma petição na qual informa que não vai poder comparecer ao seu depoimento na comissão marcado para esta quarta-feira (23) por estar cumprindo quarentena imposta pela Anvisa após viagem à Índia. O depoente deve esclarecer se houve algum tipo de irregularidade no processo de compra da vacina Covaxin, produzida pelo laboratório indiano Barath Biotech.

Segundo uma portaria da Anvisa, brasileiros que chegam da Índia, Reino Unido, Irlanda do Norte e África do Sul precisam ficar em quarentena de 14 dias antes de entrarem no país. Maximiano apresentou um documento que mostra a entrada dele no Brasil no dia 15 de junho com a ordem da Anvisa para quarentena.

O contrato da Precisa com o Ministério da Saúde foi realizado no dia 25 de fevereiro e virou um dos principais focos de apuração da CPI pelo valor e velocidade com que foi feito. Foram acertadas 20 milhões de doses a um preço de R$ 1,6 bilhão, o valor mais caro por dose dentre as vacinas já adquiridas pelo Ministério da Saúde. A negociação também foi a mais rápida. Os senadores apontam que foi a única compra com um intermediário.

Além disso, os advogados Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso, que defendem o empresário e a Precisa Medicamentos, pediram acesso aos documentos da CPI. 

Em nota, ambos colocam ainda Maximiano e a empresa à disposição das autoridades “para desmentir as inverdades que maliciosamente vem sendo difundidas, prestar os devidos esclarecimentos e mostrar como a contratação da vacina Covaxin obedeceu a todos os critérios de integridade, valor de mercado e interesse público”.