A diretora de Administração da APLB-Sindicato – entidade que representa os professores no estado da Bahia –, Elza Melo, fez críticas ao prefeito de Salvador, Bruno Reis (União), após o titular do Palácio Thomé de Souza indicar a intenção de comparar os investimentos feitos no setor realizados pelas gestões municipal e estadual.
Conforme o gestor soteropolitano, isso pode ser importante, durante o debate eleitoral, para que a população faça um paralelo entre quem tem trabalhado de fato e quem está apenas no discurso.
"[…] Investimentos na Educação nós estamos fazendo […] os maiores da história na cidade. Uma verdadeira transformação que o setor já vivenciou nos últimos anos. Tenho certeza que vamos seguir assim, respondendo a questionamentos de qualquer pessoa. No momento certo, na hora do debate político, nós vamos discutir, em especial sobre educação, fazendo a comparação entre educação da cidade de Salvador e do estado da Bahia", afirmou Bruno, na terça-feira (9).
Nesta quarta (10), durante agenda no bairro de Valéria, em Salvador, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) foi provocado pela imprensa sobre as falas de Bruno e reagiu: "Aqui em Salvador são 70 mil estudantes de primeiro grau que, se não fosse o Estado, a gente não teria oportunidades para essa turma. Eu quero que a gente possa discutir o porquê de na rede municipal ter sido eliminada […] Eu queria que ele debatesse isso comigo, como estão os prédios, a qualidade dos prédios na rede municipal e o que a gente está vendo de orçamento para isso", disse.
Em conversa com o Portal Salvador FM, Elza Melo afirmou que as declarações de Bruno Reis mostram que ele já está em pré-campanha, mas que a realidade da educação, na capital baiana, é diferente do que ele vem apontando.
"Pergunte a ele sobre a falta de vagas na educação infantil, que existe uma demanda muito grande e a oferta é muito pequena. Ele diz que está inaugurando escolas, mas a grande maioria delas está em condições precárias, então não dá para o Bruno Reis ficar comparando o governo do Estado com ele, dizendo que é melhor, que está fazendo educação de qualidade, mas que não é verdade. Mas, com isso, não estou dizendo que a educação com o governo do Estado está bom, maravilhoso, não é isso", ressaltou.
"É preciso que o prefeito Bruno Reis resolva os problemas, os graves problemas da educação em Salvador, para depois ele ir à imprensa falar o que ele quer, o que ele acha que deve falar […] Bom perguntar a ele ainda se paga o piso dos professores", acrescentou.
Geraldo Júnior
Outro tema discutido com a dirigente da APLB foi a escolha pelo vice-governador da Bahia, Geraldo Júnior (MDB), como candidato da base de Jerônimo Rodrigues à Prefeitura de Salvador, nas eleições de outubro deste ano.
Segundo Elza, independentemente da escolha, a categoria vai buscar, junto aos postulantes ao Palácio Thomé de Souza, levar as propostas que tragam melhorias aos professores. "A indicação de Geraldo Júnior para o governador, para a Prefeitura de Salvador, foi uma discussão feita pela Federação, composta pelos partidos PT, PCdoB e PV. Portanto, foi uma discussão ao nível de partido […] A APLB é uma a entidade que está acima a qualquer discussão partidária e não dá opinião em relação às decisões políticas do governo", comentou.
No entanto, nos bastidores, membros do sindicato, na maioria filiados ao PCdoB, demonstraram certa insatisfação com a escolha pelo emedebista, indicando que o melhor nome seria o da deputada estadual Olívia Santana (PCdoB). Para muitos, Geraldo Júnior não tem um currículo que agrade e não é considerada uma pessoa que represente a esquerda.
