Um dos protagonistas do processo eleitoral de Salvador em 2020 deve ser oficializado até o final deste ano. É o que garante o prefeito ACM Neto, que prometeu apresentar o seu “jogador” na disputa antes da virada do ano. O nome, por mais que o gestor finja não ter batido o martelo, deve ser o atual vice, Bruno Reis. Caso se confirme essa previsão, todavia, esse debute dará início de maneira mais efetiva à corrida pelas urnas em outubro do próximo ano.
Existe claramente uma antecipação do processo de construção de Bruno Reis para suceder ACM Neto no Palácio Thomé de Souza. Implicitamente, para evitar que o vice seja bombardeado antes da hora pelos adversários. Neto prefere cautela e se limita a dizer que Bruno “é uma pessoa de confiança política”. Porém, desde a escolha dele para o posto de segundo no comando e até a manutenção de Bruno Reis no primeiro escalão, o prefeito deu sinais fortes da sua escolha, ainda que ainda haja nomes que circulem “por fora” e que eventualmente possam atrapalhar os planos de unidade do grupo.
Mesmo que sejam momentos distintos, o comparativo com as últimas eleições mostra que uma definição prévia do nome a participar da disputa facilita a vida de quem deseja sair vitorioso nas urnas. O próprio governador Rui Costa é um exemplo disso, quando, no começo de 2012, o então morador do Palácio de Ondina, Jaques Wagner, o trouxe para “baixo do braço” e pavimentou sua candidatura dois anos depois. Do próprio grupo de ACM Neto, o exemplo ruim da demora é a candidatura ao governo de José Ronaldo (DEM), apresentada no limite de desincompatibilização e que naufragou antes mesmo de tomar corpo.
Ao aprender com a história recente da Bahia, o prefeito de Salvador vai tentar fazer seu sucessor ter um selo de apoio que seja percebido facilmente. De janeiro a outubro, o prefeito conseguiria, então, focar na consolidação do nome de seu agrado (leia-se Bruno Reis) para evitar um eventual vexame eleitoral.
Para além da estratégia do grupo de oposição ao governador Rui Costa, a definição do “nome de ACM Neto” com antecedência vai obrigar o arco de alianças do PT a buscar um entendimento em um período parecido. Não dá para segurar tanto a apresentação dos jogadores quando o adversário já está em campo administrando a vantagem da máquina. Por isso não estranhemos se também, até o final de 2019, houver a apresentação de outros políticos que estarão com a foto nas urnas. A sorte parece, finalmente, ter um prazo para ser lançada.
Bn // AO