Política

Dia da Mulher: Alice Portugal prega emancipação econômica como "prioridade"

Deputada ressalta que mulheres são maioria como desempregadas e também em subempregos, e que esta realidade precisa

Agência Câmara
Agência Câmara

Deputada federal pelo PCdoB-BA, Alice Portugal sabe bem as dificuldades das mulheres na política e na própria vida.

Na véspera do Dia Internacional da Mulher, durante entrega de ambulâncias aos municípios da Bahia, a parlamentar conversou nesta segunda-feira (7) com o Portal Salvador FM sobre as perspectivas, ambições e principais lutas a serem travadas pela mulher nos próximos anos.

Ainda tocada pelas declarações machistas e misóginas do deputado estadual Arthur do Val (Podemos-SP), a liderança baiana disse que um dos primeiros passos para se buscar uma sociedade mais igualitária é "banir visões" como a propagada pelo parlamentar eleito com apoio do Movimento Brasil Livre (MBL).

Em visita à Ucrânia, supostamente para oferecer ajuda humanitária, Arthur do Val teve áudios vazados em que diz que as mulheres do país são "fáceis, pois são pobres".

"Primeiro, precisamos banir visões como essas do bolsonarista e morista Arthur do Val. É lamentável ouvir qualquer coisa assim de um agente político, tão baixo, algo execrável. A primeira coisa, é o respeito a mulher diante do arcabouço da Constituição Federal. Somos cidadãs, pagamos impostos, trabalhamos", explicou a deputada.

Alice ressalta que as mulheres são maioria como desempregadas e também em subempregos, e que esta realidade precisa mudar, para também dar a possibilidade da "emancipação econômica". Este assunto, para a deputada, deve ser tratado como "prioridade".

"Precisamos empoderar economicamente a mulher, dar emprego, trabalho, formação. A mulher tem que ter sua formação, para se emancipar, não depender de outra pessoa para o desenvolvimento da sua prole e de si própria. Este deve ser o foco e a prioridade do nosso feminismo: um feminismo emancipacionista para se rebelar contra toda a injustiça", declarou.

VIOLÊNCIA

Com o passar dos anos, observa a deputada, o Brasil conseguiu a aprovação de leis que protegem as mulheres e preveem punição aos agressores. No entanto, ainda não é suficiente.

"Precisamos ter uma ampla campanha e fortalecer a rede de proteção", pondera Alice.

Mesmo com a maior consciência feminina, hoje com mulheres que denunciam e não se calam diante da violência, Alice diz que os agressores agora também reagem ao ouvir um "não".

"Temos que acabar com o feminicídio. Já endurecemos as leis, a mulher aprendeu a dizer não, e o agressor, impiedoso, mata", lamenta.