Política

"Desempregado" e advogado de uma cliente só: a rotina de Cardozo na defesa de Dilma

Você não ouve quatro, cinco testemunhas em um dia

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O advogado José Eduardo Cardozo pedala em frente ao Palácio da Alvorada, "quartel-general" da presidente afastada, Dilma Rousseff

 

"Posso responder perguntas a tarde inteira. Eu sou um desempregado e tenho uma cliente só."

O aviso, dado em tom de piada a jornalistas ao fim de longa entrevista no último dia 30 de junho no Palácio da Alvorada, em Brasília, mostra que o processo de impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff (PT), não afetou o humor do advogado José Eduardo Cardozo.

A noite anterior marcara o fim de uma maratona de 45 depoimentos realizados em 13 sessões da comissão especial que julga o processo no Senado. As reuniões para ouvir as testemunhas –39 delas convocadas pela defesa– duraram o equivalente a quase quatro dias completos.

Ministro da Justiça por pouco mais de cinco anos e advogado-geral da União nos últimos dois meses da gestão da petista, entre março e maio, Cardozo, 57, diz estar trabalhando mais fora do governo do que dentro.

"Nunca trabalhei tanto assim numa causa", declara o advogado, que em 2016 completa 35 anos na profissão e é procurador licenciado do município de São Paulo.

"O ritmo é uma loucura. É uma coisa completamente alucinada. Você não ouve quatro, cinco testemunhas em um dia, por três ou quatro horas cada uma. Isso não existe."

José Eduardo Cardozo, advogado de Dilma Rousseff

(Josias de Souza) (AF)