Política

Desconfiança? Número de jovens filiados a partidos vem caindo no Brasil; PT e PL 'remam contra a maré'

Entrada de jovens de 16 a 24 anos a legendas chega ao menor patamar na década

Reprodução/EBC
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A filiação de pessoas de 16 a 24 anos a partidos políticos chegou, este ano, ao menor patamar em uma década. A partir de 2014, em meio as investigações da Operação Lava-Jato, a participação dos jovens caindo de 415 mil filiados para pouco mais de 180 mil atualmente.

Os dados fazem parte de um levantamento feito pelo jornal O Globo, relativos ao mês de março de cada ano. Entre as siglas mais tradicionais, como o MDB, o PSDB e o PT, a queda foi brusca: no MDB, a baixa foi de 37,6 mil para 15 mil em dez anos; no PSDB, de 30,7 mil para 8,6 mil; o PT, de 53,7 mil para 17,4 mil.

Os petistas, no entanto, têm mais motivos que os demais para crer que vão retomar a presença dos militantes mais novos nas fileiras partidárias. O número atual representa quase o dobro do que a sigla registrou em 2020, quando sua maior figura histórica, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, estava com direitos políticos suspensos e o retorno ao Poder Executivo ainda era uma ideia distante. Àquela altura, o PT chegou a ter apenas 9,1 mil jovens.

Bolsonarismo impulsiona

Assim como o PT, o PL tem apostado no ex-presidente Jair Bolsonaro e no ideário político representado pelo bolsonarismo. Antes da filiação do liberal, em 2021, o partido perdeu jovens ao longo dos últimos dez anos, mas, a exemplo dos petistas, passou a ganhar filiados de 2022 para cá.

Hoje, são 10,6 mil pessoas de até 24 anos filiadas à sigla, patamar parecido com o de 2014. Nos últimos quatro anos, foi registrado um aumento de 81% desses eleitores no partido — mais expressivo que o crescimento entre idosos (11,8%) e adultos maiores de 25 anos (8%). Essa ascensão passou a balizar um movimento da sigla em direção aos mais novos, com a criação do PL Jovem.