Política

Deputados baianos brancos estão registrados como negros na Câmara dos Deputados

Um levantamento com base em dados do TSE, mostra que na eleição de 2018, foram eleitos 124 deputados negros, classificação que inclui pretos e pardos

Vagner Souza/ Salvador FM
Vagner Souza/ Salvador FM

Três deputados baianos brancos, estão registrados como negros na Câmara dos Deputados. Um levantamento do jornal Folha de S. Paulo, com base em dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mostra que na eleição de 2018, foram eleitos 124 deputados negros, classificação que inclui pretos e pardos.

Dos 124, o jornal procurou os 38 deputados que se autodeclararam negros, como pretos ou pardos, mas que teriam dificuldade de passar por uma banca de heteroidentificação, como as que avaliam se uma pessoa pode se inscrever como cotista num vestibular.

No entanto, apenas 8 deles afirmaram ser brancos de fato e revelaram que houve erro no registro da candidatura junto ao TSE. Os demais não se manifestaram. Com isso, o total de negros diminui para 116, mas pode cair pelo menos até 86.

Entre eles, estão três deputados federais baianos: Jorge Solla (PT), que afirmou que é branco e que ocorreu um equívoco no cadastro eleitoral; Nelson Pelegrino (PT), deputado eleito em 2018, mas licenciado para assumir cargo no governo estadual e, posteriormente, no Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia (TCM-BA), não respondeu como se autodeclara; e Sérgio Brito (PSD), que também não respondeu como se autodeclara.

Ainda de acordo com o jornal, registros irregulares na identificação racial de parlamentares têm inflado a quantidade de negros entre os 513 deputados da Câmara e pode abrir espaço para fraudes em cima de ações afirmativas, como por exemplo, no uso da emenda à Constituição 111/2019, que determina que, até 2030, os votos dados a candidatos negros deverá ser contado em dobro para fins de distribuição do Fundo Partidário e do Fundo Eleitoral.