Deputados que defendem o afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Câmara dos Deputados enquanto durar o processo contra ele no Conselho de Ética fizeram um recuo estratégico nesta quinta-feira (10/12).
Um grupo de membros do conselho tem em mãos um Projeto de Resolução (PRC) pedindo o afastamento cautelar de Cunha da presidência da Casa. O requerimento para votação do PRC, que seria apresentado nesta quinta-feira, não foi apresentado.
O recuo aconteceu porque o grupo que defende essa iniciativa avaliou que não teria votos suficientes para aprovar o PRC nesta manhã.
Eles até esperaram para avaliar se a configuração do plenário do conselho se alterava com a saída de titulares e sua substituição por suplentes favoráveis presentes ao plenário. Mas isso não se configurou da forma como pretendiam.
Segundo o iG apurou, pelo menos dez parlamentares estava dispostos a votar em favor do PRC: Julio Delgado (PSB-MG), Betinho Gomes (PSDB-PE), Sandro Alex (PPS-PR), Nelson Marchezan Júnior (PSDB-RS), Fausto Pinato (PRB-SP), Leo de Brito (PT-AC), Valmir Prascidelli (PT-SP), Zé Geraldo (PT-PA) e Assis Carvalho (PT-PI), este último votando como suplente.
Eles ainda computavam o voto do presidente José Carlos Araújo (PSD-BA). Totalizariam 10 votos com o voto do presidente, que só vota em caso de empate. Portanto, não havia número suficiente para vencer.
O Conselho de Ética tem 21 membros votantes, e como o requerimento tratava de matéria extra pauta, necessitava de maioria absoluta, ou seja, 11 votos. Os defensores do PRC teriam só nove tentos e perderiam para os adversários. Se aprovado, o PRC seria encaminhado para o Plenário da Câmara para ser votado pelos 513 deputados.
Adversários de Cunha querem exatamente isso, fazer no Plenário o enfrentamento ao presidente da Câmara, onde teriam um universo votante mais amplo e mais atenção da mídia, com consequente impacto nos eleitores que poderia influenciar o voto dos deputados.
Foto: Ilustração