A conclusão da perícia do Senado, de que a presidente suspensa Dilma Rousseff não foi responsável pelas pedaladas fiscais, explicita a natureza golpista do impeachment e enfraquece muito a denúncia de crime de responsabilidade, avaliam o PT e a defesa de Dilma.
Restará a acusação de que três decretos violaram a meta fiscal, o que não se sustenta, pois a meta foi reajustada no final de 2015, diz o deputado petista Paulo Pimenta. Com este ganho para a defesa técnica,
Dilma tentará, em reunião amanhã, aparar diferenças com a Executiva do PT sobre a proposta de um compromisso público dela com a realização de um plebiscito sobre nova eleição, tão logo seja absolvida e reconduzida ao cargo. A reunião com os movimentos sociais ocorrerá depois do acerto com o partido.
Com a perícia do Senado, a acusação faz água, pois a incompatibilidade dos decretos com a meta fiscal foi resolvida com o reajuste da meta.
Por isso mesmo o governo agora está se afastando da acusação formal e adotando discursos como o de Rose de Freitas, de que Dilma foi afastada porque não tinha condições de governar e coisas do gênero. Ou seja, o que está em curso é um golpe mesmo – diz Pimenta.
Depois da reunião de amanhã com o PT, Dilma voltará a se reunir com os movimentos sociais que apoiam a luta contra o impeachment.
Entre eles as frentes Brasil Popular e Povo sem Medo, a CUT, o MST, a UNE e a Central de Movimentos Populares. A CUT esclarece que o apoio à proposta ainda divide a central, não sendo consenso também dentro do MST.
Lula tem dito que PT e aliados não podem ficar parados, esperando que a Lava Jato inviabilize o governo provisório com mais denúncias contra seus integrantes, ou contra o próprio Temer, e que o mero esforço para atrair senadores não surtirá efeito sem a oferta de uma saída legítima para a crise, como a nova eleição.
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