O líder do DEM na Câmara dos Deputados, Efraim Filho (PB), reconheceu nesta terça-feira que a reforma da Previdência só avançará com o arrefecimento da crise política e poderá ser aprovada apenas parcialmente, ficando o restante a cargo de um novo governo eleito.
"Não se tem expectativa alguma de que se tenha os votos para aprovar a reforma. Você só tem condições de apontar um norte para essa discussão após a consolidação da situação do país: se a decisão do TSE é favorável ou adversa (ao presidente Michel Temer), se dá ao governo condições de continuar, se haverá novo cenário", afirmou.
Na próxima terça-feira, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE)julgará se a chapa vencedora da eleição presidencial de 2014 cometeu abuso de poder político e econômico, numa decisão que poderá cassar o mandato de Temer.
Sua permanência no cargo segue em xeque após delações de executivos da J&F, holding controladora da JBS, terem motivado a abertura de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) em que Temer é investigado por suspeita de corrupção passiva, obstrução de Justiça e organização criminosa.
Diante do nebuloso cenário político, Efraim avaliou que a expectativa positiva é de aprovação da reforma trabalhista. A reforma da Previdência, por outro lado, dependerá de um quadro ainda incerto.
Nesse sentido, a estratégia de mudança nas regras para aposentadoria poderá ser afrouxada de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para alterações via medida provisória. Ou ainda ser trocada por uma agenda mínima, de modo que o assunto seja tratado pelo novo governo escolhido nas eleições diretas de 2018.
"A agenda da Previdência não é uma agenda de consenso hoje, e ficaria o desafio para um novo presidente eleito, pelas urnas, e com a aprovação popular para fazer essas reformas", disse o líder do partido que é considerado um dos mais fiéis aliados de Temer, com bancada de 29 deputados na Câmara.
"A ideia nossa é que consiga avançar com o que pode. Agora, a diferença entre o ideal e o possível é o xis da questão", acrescentou.
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