A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu na sexta-feira (28) a suspeição do procurador da República Maurício Gotardo Gerum. O pedido foi feito ao desembargador João Pedro Gebran Neto, relator da Lava Jato no TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), dois dias depois de o Ministério Público ter recomendado o aumento da pena do petista no processo do sítio de Atibaia (SP).
Os advogados de Lula alegam que Gerum tem parentesco com o também procurador da República Diogo Castor de Mattos e com o irmão deste, Rodrigo Castor de Mattos. Diogo integrou a força-tarefa da Lava Jato e assina tanto as denúncias contra Lula no caso do tríplex de Guarujá (SP) quanto no do sítio de Atibaia. Advogado criminalista, Rodrigo, de acordo com a defesa do ex-presidente, atuou no acordo de delação de João Santana e Mônica Moura em outro processo da Lava Jato. O casal de marqueteiros figura como testemunhas na ação do sítio e, segundo afirmam os advogados de Lula, “seus depoimentos foram expressamente utilizados na sentença [..] para amparar a hipótese condenatória”.
Por este motivo, dizem, Gerum não poderia atuar no caso. No pedido a Gebran Neto, a defesa do petista diz que o parentesco de Gerum com os irmãos Castor de Mattos fere artigo do Código de Processo Penal que proíbe o Ministério Público de atuar nos processos em que o juiz ou qualquer uma das partes for seu cônjuge ou parente. Antes de pedir o impedimento de Gerum no TRF-4, os advogados solicitaram que o procurador explicasse oficialmente o seu grau de parentesco com os irmãos.
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