Política

CPI: advogada afirma que médicos que recusavam entregar 'kit Covid' eram demitidos pela Prevent

Bruna Morato afirma que médicos eram obrigados a prescrever o 'kit Covid'

Jefferson Rudy/Agência Senado
Jefferson Rudy/Agência Senado

A advogada Bruna Morato, que representa médicos da Prevent Senior, confirmou em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid nesta terça-feira (29) que os profissionais eram obrigados a prescrever o chamado ‘Kit Covid’, com medicamentos sem eficácia comprovada para o tratamento da Covid-19. A advogada ainda afirmou que os kits vinham lacrados e que a receita já estava pronta.

Ela relata que os kits tinham oito medicamentos. Os médicos então entregavam para os pacientes e passaram a alertar que eram obrigados a entregá-los, mas orientavam a tomar apenas alguns dos itens.

"O kit vinha lacrado, com instrução de uso, eu não tenho como falar para meu cliente que está exercendo a função de forma autônoma", afirma.

A advogada representa médicos que fizeram denúncias contra a Prevent Senior, e afirmou que os principais fatos que levaram ela e seus clientes a exporem as denúncias na comissão foram a falta de autonomia médica, ocultação e manipulação de dados e a falta de transparência em relação ao quadro dos pacientes.

Morato afirmou ainda que vai proteger o sigilo de seus clientes enquanto eles precisarem. Ela disse que os fatos que foram levados até ela a deixaram "aterrorizada" e que são passíveis de investigação.