Política

Conversas de Dirceu em celular registram discussão nos ministérios de Dilma em 2014

As revelações foram encontradas em mensagens de WhatsApp no celular do ex-ministro

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Quinze dias após a presidente Dilma Rousseff ser reeleita no segundo turno da disputa presidencial em 2014, o ex-ministro da Casa Civil condenado no mensalão, José Dirceu discutia com interlocutores petistas as indicações dos ministérios do segundo mandato da presidente e previa dificuldades para Dilma. As revelações foram encontradas em mensagens de WhatsApp no celular do ex-ministro apreendido pela Polícia Federal na Operação Lava Jato.

“Tem que ser nomes com visibilidade e aceitação na sociedade em amplos setores de cada área, senão não acabará bem esse mandato”, avaliou Dirceu em diálogo com a historiadora e militante petista Maria Alice Vieiras em 10 de novembro de 2014. Na época o ex-ministro ainda cumpria em regime domiciliar sua pena de sete meses e 11 anos de prisão por corrupção no mensalão e a ex-ministra e senadora Marta Suplicy estava prestes a deixar o Ministério da Cultura e, posteriormente, o próprio PT.

Um dia após o diálogo, Marta Suplicy deixou oficialmente o Ministério da Cultura, pasta assumida por Juca Ferreira e, em abril de 2015 ela se desfiliou do partido com duras críticas ao PT, fortemente desgastado com os desdobramentos da Lava Jato que apontam o partido como um dos principais beneficiários do esquema de corrupção na Petrobrás. Em setembro de 2015 ela se filiou ao PMDB, sendo uma das principais cotadas para disputar a Prefeitura de São Paulo pelo partido.

O conteúdo das mensagens confirma o que já havia informado a reportagem do Estado em junho deste ano que afirmava que Dirceu, embora afastado oficialmente da política, ainda acompanhava de perto as movimentações do PT. Em agosto de 2015 ele foi preso enquanto ainda cumpria prisão domiciliar no mensalão, desta vez acusado de receber propinas no esquema de corrupção na Petrobras, e atualmente Dirceu é réu na Justiça Federal no Paraná respondendo pelos crimes de corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

(Foto: Reprodução)