Em discurso no início da madrugada desta terça-feira (30), em último ato antes da votação final do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT), o senador Otto Alencar (PSD-BA) disse que preferiu o isolamento nos últimos dias e não submeteu seu parecer sobre a questão às articulações de governo e oposição.
“Não me submeti a nenhuma persuasão. Não trocaria minha consciência e meu voto por algum bem material e de interesse pessoal. Tenho toda tranquilidade com moral e com honra para votar”, asseverou.
Otto ainda explicou que sua recente aparição com o presidente interino Michel Temer, em razão do lançamento do programa de recuperação do Rio São Francisco, não significa afinidade ou inclinação à corrente política do peemedebista. E disse ainda que, no período da administração de Dilma Rousseff, não negociou cargos para se manter na base governista.
“Ela não precisaria pedir meu voto, ela teria crédito pelo trabalho que fez no estado da Bahia ao lado dos governadores [Jaques] Wagner e Rui Costa”, completou. “Fico com as razões a apresentadas pelo advogado José Eduardo Cardozo, ele me convence. Todas as culpas que são jogadas sobre ela, são injustas”.
Ele comentou a decisão de não falar interrogar a presidente na sessão desta segunda-feira (29). “Não quis interpelar ontem a presidente, ouvi suas declarações, ela enfrentou o debate com coragem e firmeza […] ela entendeu que teve erros políticos e administrativos”.
Otto afirmou que a ocasião de julgamento o fez lembrar do período em que foi conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia (TCM). Segundo ele, “para ser isento, se observa o que está nos autos”, justificou, ao rebater as menções sobre o esquema de corrupção na Petrobras durante o julgamento. “Quem indicou Paulo Roberto Costa foi o PP, quem indicou Cerveró foi o PMDB”, reiterou, ao finalizar o discurso citando temas de músicas de Chico Buarque.
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