Política

Com discurso do governador, Alba retoma atividades após recesso

Deputados voltaram oficialmente aos trabalhos nesta quinta-feira (2).

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Ângelo Coronel foi eleito presidente da Alba (Foto: Divulgação / Alba)Um dias após a eleição da Mesa Diretora para o biênio 2017-2019, os deputados retomaram as atividades na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) na manhã desta quinta-feira (2), após recesso parlamentar que ocorreu entre os dias 2 e 31 de janeiro.

A retomada das atividades parlamentares foi iniciada com um discurso do governador do estado, Rui Costa. Na ocasião, ele destacou algumas obras realizadas em Salvador, como a revitalização das ruas do Centro Histórico e a construção de encostas em áreas de risco, como também no interior do estado, como a obra da Ferrovia Oeste/Leste (Fiol).

Dentre as novidades anunciadas, Rui Costa destacou a realização de concurso público para professores da rede estadual ainda esse ano. "Vamos substituir os [contratados por] Regime Especial de Direito Administrativo [Reda] pelos professores efetivos", destacou.

O discurso, que é tradição anual na Alba, fez uma prestação de contas sobre o exercício do ano de 2016 e também apontou as diretrizes e prioridades para 2017. A mensagem apresentada pelo governador começou a ser lida no final da manhã com encerramento por volta das 13h.

Antes da leitura da abertura formal da terceira sessão legislativa da 18ª Legislatura, o novo presidente da Assembleia, deputado Ângelo Coronel (PSD), passou por  tropa da Polícia Militar, formada em honra do Parlamento. Os parlamentares e convidados assistiram ao desfile, ao som da banda Maestro Wanderley.

Eleição
O deputado Ângelo Coronel (PSD) foi eleito presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), em votação realizada na quarta-feira (1º), que definiu a nova Mesa Diretora da Casa. Coronel concorreu sozinho ao posto, já que os demais concorrentes ao cargo, o atual presidente da Casa, deputado Marcelo Nilo (PSL), que estava na cadeira há dez anos, e o deputado Luiz Augusto (PP), desistiram de ser candidatos.

O novo presidente tomou posse logo após a eleição na Assembleia, que em 2017 tem orçamento previsto de R$ 519 milhões, sendo R$ 29 milhões a mais que no ano passado. A casa tem, atualmente, cerca de 2.800 funcionários.

A eleição, que é secreta, contou com a presença de 62 dos 63 deputados — somente o deputado Paulo Câmera não esteve presente, por problemas de saúde, segundo Nilo. Ângelo Coronel foi eleito com 57 votos. A eleição também teve quatro votos nulos e um em branco.

Além de deputado, Coronel é empresário e tem formação em engenharia civil pela Universidade Federal da Bahia (Ufba). Ele nasceu em maio de 1958, no município baiano de Coração de Maria, onde já foi prefeito de 1989 a 1992. Atualmente, está no sexto mandato como deputado estadual.

Além do presidente, a nova Mesa Diretora é composta por quatro vices e quatro secretários. Além de Coronel, foram eleitos Luiz Augusto (PP), para a 1ª vice-presidência,               
Carlos Geilson (PSDB), para a 2ª vice-presidência, Alex Lima (PTN), para a 3ª vice-presidência, Manassés (PSL), para a 4ª vice-presidência, Sandro Régis (DEM), para a 1ª secretaria, Aderbal Caldas (PP), para a 2ª secretaria, Fabrício Falcão (PCdoB), para 3ª secretaria, e Luciano Simões Jr. (PMDB), para a 4ª secretaria.

Desistência de Nilo
Marcelo Nilo anunciou a desistência da reeleição na noite de terça-feira. Ele afirmou que decidiu não disputar pela sexta vez o cargo depois de avaliar a conjuntura política.

"Eu teria dez votos na oposição, mas nove deputados me deixaram, inclusive um partido como o PCdoB, que tem 84 anos de história, me deixou na véspera. Então, eu não criei as condições objetivas para continuar com a minha candidatura. Eu perdi o coração da minha campanha. O PCdoB, que participou de um almoço me apoiando, deixou na véspera, aí realmente é uma surpresa. Foi uma pressão durante esses oito dias entre os parlamentares terrível, porque muitos que estavam comigo eu sabia que não estavam. Mas eu tinha que realmente aceitar essa decisão. Muitos tiveram a coragem de me dizer, outros tiveram a coragem de trabalhar e esconder, mas isso para mim é passado", destacou Nilo, em entrevista à TV Bahia.

Nilo disse, ainda, que não se sente traído, mas surpreso. "Traição é uma palavra muito forte. Eu me sinto surpreso pelo PCdoB, mas traído não. Eu cumpri com o meu papel. Saio sem mágoas. Pelo contrário, saio feliz. Nunca um deputado chegou a ser duas vezes presidente e concluir o mandato. Eu estou concluindo dez anos sem nenhuma denúncia de irregularidade, tanto na parte legislativa quanto na parte parlamentar. Portanto, eu diria que sou um homem feliz. Não me sinto derrotado. Pelo contrário, me sinto vencedor", destacou.

O governador Rui Costa também usou seu perfil no Facebool para falar sobre a decisão de Nilo. "Aproveito esta oportunidade para parabenizar o deputado Marcelo Nilo pelo posicionamento firme e corajoso de renunciar em nome da unidade política. A gestão eficiente do atual presidente merece nosso reconhecimento. A harmonia entre os poderes constituídos e o respeito à independência do legislativo continuarão prevalecendo", escreveu.

Reprodução/G1