Política

Com derrota iminente do voto impresso, poderes já articulam saída para aliviar tensão

Há certeza de que a proposta será derrotada no plenário

Marcos Corrêa/PR
Marcos Corrêa/PR

Líderes do Congresso, integrantes do governo e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) articulam estratégias para reduzir a tensão entre os Poderes após a análise do voto impresso na Câmara. Há certeza de que a proposta será derrotada no plenário. Com isso, a ideia em costura é criar um ambiente que possibilite a Bolsonaro conter as críticas ao atual sistema eleitoral —as urnas eletrônicas—, para permitir uma trégua na relação do Planalto com o Supremo. Reconhecem, porém, a dificuldade de controlar o presidente.

O presidente da Casa, deputado Arthur Lira (PP-AL), deve abordar o tema em almoço marcado com líderes da base governista nesta segunda-feira (9).

A PEC (proposta de emenda à Constituição) do voto impresso —obsessão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido)— deve ser analisada pelos deputados na terça (10).

Bolsonaro tem atacado ministros do STF e do TSE. Os principais alvos são Luís Roberto Barroso, que preside a corte eleitoral e, na sexta-feira (6), foi xingado de "filho da puta" pelo mandatário, e Alexandre de Moraes.

Presidente e apoiadores mais radicais do bolsonarismo defendem o que chamam de "voto impresso auditável". Bolsonaro já foi desmentido sobre eventuais fraudes nas urnas, mas mantém o discurso, segundo a Folha.