Após polêmicas sobre a inserção da cultura LGBTQIA+, o Plano Municipal de Cultura de Salvador foi aprovado nesta quarta-feira (15) na Câmara Municipal. A bancada evangélica da Casa manteve seu voto contrário em à relação a introdução do termo no documento. No entanto, por acordo, o termo foi inserido. A "cultura gospel" também passou a constar no texto final.
O vereador Isnard Araújo (PL) afirmou que a Casa está abrindo precedente "perigoso" ao considerar a cultura LGBTQIA+. "Se apoiarmos com as nossas digitais se orientação sexual é cultura, estamos abrindo precedente a aquelas exposições, peças e eventos em que foram apresentados de erotização de jovens e adolescentes vai se tornar cultura", afirmou.
Alexandre Aleluia (DEM) disse que não aceita cultura LGBTQIA+ e racial. "O Brasil já foi dividido tanto. E agora estão dividindo até vacinados. É um ataque à nossa liberdade".
A vereadora Laina Crisóstomo (PSOL) chegou a discutir em meio ao plenário, ao reagir às falas de Aleluia. "Não é opção, nem escolha, é orientação".
"Graças a Deus não entro para a história como um vereador que formalizou a cultura LGBT", disse Anderson Ninho (PDT).
Em defesa da matéria, o edil Cláudio Tinoco (DEM) agradeceu a aprovação. "Esse plano é muito maior do que nossas convicções pessoais e religiosas. Aqui em Salvador tem pessoas de todas as crenças e todas as raças. Quero agradecer a Deus de oferecer a Salvador um plano de cultura que representa a pluralidade do nosso povo", defendeu.
O plano municipal foi encaminhado à Câmara em junho deste ano. A demora na votação foi critica pelo relator da matéria, vereador Silvio Humberto (PSB).
Leia também:
'Estou enojada com os discursos de ódio aqui', diz vereadora ao comparar falas de edis evangélicos ao nazismo