Candidato à presidência no ano passado, o ex-ministro e vice-presidente do PDT, Ciro Gomes, afirmou que a deputada Tabata Amaral (PDT-SP) e outros parlamentares que votaram a favor da reforma da Previdência devem deixar espontaneamente o partido. Em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo, o pedetista declarou que os parlamentares tiveram a oportunidade de apresentar sua posição em "inúmeras reuniões" convocadas pela sigla para tratar do tema.
No entanto, de acordo com Ciro, a deputada não manifestou qualquer intenção de endossar o texto do governo Jair Bolsonaro até a antevéspera da votação.
"Ninguém pode servir a dois senhores", afirmou o vice-presidente do PDT. Ciro Gomes lembrou das sucessivas trocas de partido quando tinha mandato eletivo. "Eu acho que o mais digno – não quero particularizar nela (Tabata), porque foram ela e mais sete – é fazer o que eu fiz. Me filiei e ajudei a fundar o PSDB, que tinha um programa lindo, que tinha uma série de propostas muito sérias, foi para o governo e fez o oposto. Chafurdou na corrupção, nas privatizações, na roubalheira. O que fiz? Saí", declarou.
O ex-governador do Ceará ainda elogiou Tabata, descreveu a parlamentar como alguém de "enorme valor" e dona de uma "história linda", mas disse ver na postura da deputada uma influência de sua proximidade com movimentos de renovação política, como o RenovaBR. "Ela só tem 25 anos. E ela entrou no Brasil nesse negócio que é dupla militância. Ela pertence a alguns movimentos que são financiados pelos miliardários brasileiros e que colocaram a faca no pescoço de todo mundo", afirmou o ex-ministro.
Metro1 // AO