A Justiça Eleitoral determina que o candidato a cargos eletivos tenham residência fixa na cidade ou estado onde pretende concorrer. Não existe, contudo, nenhuma regra que determine que só possa representar a sua terra natal.
A chapa do PL que disputa o Governo da Bahia com a chancela de Jair Bolsonaro (PL) é um bom exemplo disso. Dos cinco representantes na chapa, somente a candidata a vice, Leonídia Umbelina, é natural da Bahia, nascida na cidade de Feira de Santana, a 100km de Salvador.
O próprio 'cabeça' de chapa, o ex-ministro João Roma que é candidato a governador, nasceu em Recife, Pernambuco. Ele construiu a sua carreira política no estado onde o seu avô, João Roma, deputado federal nos anos 1950 e 1960.
Nos anos 1990, Roma foi assessor do governo pernambucano, e no início dos anos 2000 se tornou membro da Executiva Nacional do PFL, antigo DEM e atual União Brasil, e chegou à presidência do PFL Jovem. Poucos anos depois, chegou a Salvador onde atuou na Prefeitura junto com ACM Neto. Desde então, manteve sua vida na capital baiana.
Caso saia vitorioso do pleito, Roma não será o primeiro 'forasteiro' a sentar no Palácio de Ondina. O senador Jaques Wagner (PT), antecessor de Rui, é carioca, apesar de ter trajetória no sindicalismo na Bahia. Indo ainda mais longe, Luís Viana Filho, nascido em Paris, na França, governou o estado entre 1976 e 1971.
Candidata ao Senado, a médica dermatologista Raíssa Soares também não nasceu na 'terra da alegria'. A ex-secretária de Porto Seguro, que ficou famosa por pedir cloroquina ao presidente Jair Bolsonaro em plena crise sanitária de Covid-19, é natural de Belo Horizonte, Minas Gerais.
Além de se formar em 2017 pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Dra. Raíssa trabalhou na Prefeitura de Belo Horizonte e até março de 2021 atuava na Santa Casa de Misericórdia da cidade.
Empresário conhecido no ramo da exportação de frutas, Ulisses Brambini é o primeiro suplente de Raíssa Soares. Natural de São João da Boa Vista, em São Paulo, ele é conhecido nas regiões de Teixeira de Freitas e Mucuri. O candidato à suplência é o que tem maior patrimônio entre os outros nomes na disputa pelo Senado, com mais de R$ 5 milhões declarados ao Tribunal Superior Eleitoral.
Também filiada ao PL, Zildete Soares é a segunda suplente na chapa. Pernambucana como Roma, ela é natural da pequena Afogados da Ingazeira, cidade com pouco mais de 37 mil habitantes. Ela não declarou nenhum bem e concorre pela primeira vez em uma eleição.