O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), parece ter feito de vez às pazes com o seu primeiro ministro da Justiça, Sergio Moro.
Após romperem com acusações de interferência de Bolsonaro na Polícia Federal e de corrupção, os dois apareceram juntos e em clima de amizade no debate deste domingo (16), da TV Band, com o ex-presidente Lula (PT), do segundo turno da disputa presidencial.
O convite do ex-juiz partiu do próprio Bolsonaro, segundo informações da coluna Painel, da Folha de S. Paulo. Eles mantiveram conversas ao longo da semana que terminou com a participação de Moro no debate como um assessor especial do presidente.
A função de Moro, segundo o presidente, foi ajudar, principalmente, no momento de confrontar Lula sobre os casos de corrupção durante o seu governo.
Ainda em 2019, Moro deixou o governo Bolsonaro chamando o antigo chefe de "traíra e mentiroso". Em entrevista após o debate, eles apareceram lado a lado e o presidente prometeu retomar a Lava-Jato, operação que levou Lula à prisão e deu fama a Sergio Moro.
Com a anulação dos processos contra Lula e o vazamento de conversas que reveleram um conluio de Moro com procuradores da Lava-Jato para prender o ex-presidente às vésperas da eleição de 2018 – quando pesquisas indicavam favoritismo do petista – o nome do ex-juiz perdeu força para disputar o Palácio do Planalto.
Ele chegou a anunciar que era candidato à presidência pelo Podemos, mas depois migrou para o União Brasil onde iria tentar ser senador por São Paulo. No fim, optou por concorrer em sua terra-natal, Paraná, onde venceu a disputa e foi eleito Senador.
Ao deixar a TV Bandeirantes, o presidente agradeceu o seu antigo e aparentemente, mais novo aliado: "Moro, você é dez".