A campanha do candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) pediu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no sábado (15), que sejam derrubados todos os perfis das redes sociais do deputado federal André Janones (Avante-MG) até o fim do segundo turno. Segundo a Folha de S. Paulo, a coligação de apoio a Bolsonaro aponta que Janones tem cometido abuso dos meios de comunicação para divulgar informações mentirosas e pedir o compartilhamento de publicações depreciativas ao presidente.
“[O deputado] vem se utilizando de suas redes sociais, ostensivamente, como verdadeira fábrica de fake news, para divulgar e incentivar o compartilhamento em massa de publicações de conteúdo sabidamente falso, além de promover maliciosas ações coordenadas com o objetivo desvelado de esvaziar a eficácia das decisões proferidas pela Justiça Eleitoral”, dizem os advogados do PL.
Em 53 páginas, a campanha de Bolsonaro inclui diversas publicações de Janones e trechos de entrevistas concedidas pelo deputado à Folha. Numa delas, ele diz que reconhece os “prejuízos para a democracia” do embate nas redes sociais. “Mas se esse é [o] preço para salvá-la, eu estou disposto a pagar. Depois do dia 30, a gente vai ter quatro anos para discutir propostas”, completou.
Segundo os advogados, a disseminação de mentiras nas redes sociais do deputado está no âmbito de uma “campanha difamatória” contra Bolsonaro, com apoio da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que justificaria uma “intervenção firme e imediata da Justiça Eleitoral”.
“Por meio de intolerável estratégia de desinformação intencional e deliberada do eleitorado, denominada pela mídia de ‘janonismo cultural’, que se vale, inclusive, da repercussão gerada pela proposição de ações judiciais voltadas ao combate de informações falsas, o deputado André Janones tem gerado benefícios não só à campanha do candidato Luiz Inácio Lula da Silva, da qual faz parte, como também auferiu dividendos à sua própria candidatura”, completa a campanha bolsonarista.
Além da suspensão das contas, a equipe de Bolsonaro diz que avalia pedir a quebra dos sigilos bancários e fiscal do deputado após a apresentação de sua defesa.