Em quase três anos de governo, o presidente Jair Bolsonaro (PL) já foi alvo de 143 pedidos de impeachment. A marca foi alcançada após a Câmara dos Deputados receber, ontem à tarde, uma petição capitaneada pelo jurista Miguel Reale Júnior, o mesmo que assinou a peça que levou à queda da ex-presidente Dilma Rousseff. Entregue à Câmara no final de 2015, aquele foi um dos 68 pedidos de impeachment que Dilma sofreu enquanto ocupou o Planalto. O número, acumulado ao longo de mais de cinco anos de gestão, é inferior ao que Bolsonaro recebeu só neste ano. Foram 84 pedidos contra o mandatário em 2021, segundo dados da Câmara.
As alegações contra Bolsonaro envolvem desde a publicação do vídeo do "golden shower", no Carnaval de 2019, até declarações em apoio à ditadura militar e ao golpe de 1964. Mas foi outro motivo que turbinou a quantidade neste ano: a condução do país no combate ao novo coronavírus. A petição de Miguel Reale Júnior, por exemplo, é baseada no relatório da CPI da Covid, finalizado pelo Senado em outubro. Desde o ano passado, porém, a gestão da pandemia tem sido lembrada em ações contra o presidente.