O presidente Jair Bolsonaro (PL) se pronunciou sobre o desaparecimento do indigienista Bruno Pereira e do jornalista Dom Philipps, após ser divulgado nesta segunda-feira (13) que foram encontrados restos humanos na região onde sumiram, no Vale do Javari, no Amazonas.
Segundo o presidente, até o momento os "indícios" mostram que eles podem ter sido vítimas de atos de "maldade". De acordo com a Polícia Federal, os corpos não foram encontrados, mas perto do rio foram achados "materiais biológicos" que passarão por uma perícia para tentar identificar a quem pertence.
" Os indícios, os indícios, levam a crer que fizeram alguma maldade com eles. Porque já foi encontrado boiando no Rio vísceras humanas, que já estão aqui em Brasília para fazerem o (exame de) DNA. Pelo tempo, já temos hoje nono dia que isso aconteceu, vai ser muito difícil encontrá-los com vida. Peço a Deus que isso aconteça, que encontremos com vida, mas os indícios levam pelo contrário no momento", afirmou o presidente em entrevista à rádio CBN de Recife, no Pernambuco.
O Corpo de Bombeiros já havia encontrado no domingo (12) uma mochila que pertencia à dupla e que foi enviada à perícia, segundo informações do Globo. Dentro dela havia notebook, livros e roupas.
Apesar da declaração, Bolsonaro se disse incomodado com a determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, que cobra explicações sobre a condução do governo na busca pelos desaparecidos.
Ele acusou Barroso de lidar com o caso de forma diferenciada e que milhares de brasileiros enfrentam o mesmo problema.
"É dispensável o senhor Barroso dar uma de dono da verdade e dar cinco dias para o presidente explicar ou achar esses dois que desapareceram lá na região amazônica. Estamos fazendo a nossa parte. Agora, eu não tenho o número exato aqui, (mas queria) dizer ao senhor Barroso que são dezenas de milhares que desaparecem por ano no Brasil, ele se preocupou apenas com esses dois. Nós, via nosso Ministério da Mulher, Direitos Humanos, nós nos preocupamos com todos os desaparecidos no Brasil", contemporizou.
