Política

Bolsonaro se diz "vítima" do TSE e convoca comandantes das Forças Armadas

Presidente se reuniu com comandantes das Forças Armadas

Reprodução/Twitter
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A quatro dias do segundo turno da eleição, o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), dobrou as apostas no relatório com suposta desigualdade de inserções publicitárias de sua campanha nas rádios do Norte e Nordeste.

Durante o dia ele alterou a sua agenda e convocou ministros e três comandantes das Forças Armadas para uma reunião no Palácio da Alvorada, momentos antes de fazer o seu discurso. Apesar de convocar a suposta coletiva, não respondeu a nenhum jornalista.

O movimento e anúncio da coletiva movimento as redes sociais. No Twitter, usuários subiram a tag "Golpe", se referindo à possibilidade de algum movimento mais radical do chefe do Executivo.

O presidente sugeriu que a suposta irregularidade nas inserções impacta na eleição e na sua eventual derrota nas urnas para Lula (PT), e reforçou o seu ataque ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O presidente do órgão, o ministro Alexandre de Moraes, rejeitou a ação apresentada pela campanha de Bolsonaro sobre as inserções nas rádios por falta de provas, e ainda apontou um possível "crime eleitoral" com o objetivo de "tumultuar" a eleição que está na reta final. 

Todas as pesquisas apontam vantagem do ex-presidente Lula (PT) sobre Bolsonaro.

"Com toda certeza nosso jurídico deve entrar com recurso, já que foi para o Supremo Tribunal Federal. Da nossa parte, iremos até às últimas consequências, dentro das quatro linhas da Constituição, para fazer valer aquilo que as nossas auditorias constataram, que há realmente um enorme desequilíbrio no tocante às inserções. Isso obviamente interfere na quantidade de votos no final da linha", disse o presidente.

De acordo com informações da Folha de S. Paulo, a campanha do presidente pretende explorar a acusação do caso das inserções. Várias rádios já se manifestaram e negaram qualquer irregularidade ou favorecimento.

A ação das inserções foi movida pela equipe jurídica de Bolsonaro cerca de 24 horas após a prisão de Roberto Jefferson (PTB), aliado e ex-deputado que disparou mais de 50 tiros de fuzil e arremessou três granadas contra agentes da Polícia Federal, ferindo dois deles antes de ser se entregar. A interpretação é que o episódio desgastou o presidente justamente no momento crítico da campanha.

No Congresso, parlamentares bolsonaristas tentam ainda colher assinaturas para abertura de uma CPI para investigar as denúncias de Bolsonaro. O presidente da Câmara e aliado de primeira ordem de Bolsonaro, Arthur Lira (PP), ligou para deputados pedindo apoio.