Pós-operatório

Bolsonaro não tem previsão de saída da UTI; médicos falam sobre pós-operatório: 'delicado'

Segundo membros da equipe que operaram Jair Bolsonaro (PL), ex-presidente tinha parede abdominal 'bastante prejudicada'

Bolsonaro não tem previsão de saída da UTI; médicos falam sobre pós-operatório: 'delicado'
Reprodução/X @jairbolsonaro

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não tem previsão de saída da UTI do Hospital DF Star, em Brasília, onde passou por uma cirurgia de quase 12 horas para a reconstrução do intestino, no domingo (13).

O liberal tratou de uma “suboclusão intestinal” – uma obstrução parcial do intestino causada por aderências formadas após múltiplas cirurgias anteriores, em decorrência da facada que levou em 2018.

De acordo com o cardiologista da equipe médica que participou da operação, Leandro Echenique, esta cirurgia está entre “as mais complexas” feitas em Jair Bolsonaro – com esta foram sete, segundo o G1.

“Não houve nenhuma complicação, realmente foi o que era esperado. Um procedimento muito complexo. Agora nos cuidados pós-operatórios, quando há um procedimento muito prolongado como esse, o organismo do paciente acaba tendo uma resposta inflamatória muito importante, fica muito inflamado”, disse Echenique, em entrevista coletiva, no DF Star.

“Isso pode levar a uma série de intercorrências. Aumenta o risco de algumas infecções, de precisar de medicamentos para controlar a pressão. Há um aumento do risco de trombose, problemas de coagulação do sangue. O pulmão, a gente acaba tendo um cuidado específico […] Todas as medidas preventivas serão tomadas, por isso que ele se encontra na UTI neste momento”, completou.

Já o também médico Cláudio Birolini, chefe da equipe cirúrgica, afirmou que o ex-presidente já tinha apresentado nos dias anteriores uma elevação dos marcadores de inflamação (PCR) e um quadro de distensão abdominal. Segundo ele, como as primeiras opções de tratamento não surtiram efeito, houve a recomendação de cirurgia.

“Era um abdome hostil, múltiplas cirurgias prévias. Aderências causando um quadro de obstrução intestinal e uma parede abdominal bastante danificada em função da facada, das cirurgias prévias. Isso já antecipava que seria um procedimento bastante complexo e trabalhoso”, disse Birolini.

“A liberação dessas aderências é feita de forma milimétrica, praticamente. Você liberar um intestino que tem três metros e meio, vai centímetro por centímetro. O intestino dele estava bastante, vamos dizer assim, sofrido. O que nos leva a crer que já vinha com esse quadro de uma suboclusão intestinal subclínica há alguns meses”, detalhou Birolini.