O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), um dos integrantes da alta cúpula do governo de transição de Lula (PT), afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) colocou sob sigilo informações ligadas ao caso do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL).
Segundo Boulos, o conteúdo é referente a "telegramas do Itamaraty" que teriam conexão com o crime
"Vai cair o sigilo de 100 anos! O governo Lula descobriu que Bolsonaro decretou sigilo sobre os telegramas do Itamaraty relacionados ao assassinato de Marielle Franco. O que será que o miliciano quer esconder?", questionou Boulos em post feito no Twitter nesta quinta-feira (5).
Vai cair o sigilo de 100 anos! O governo Lula descobriu que Bolsonaro decretou sigilo sobre os telegramas do Itamaraty relacionados ao assassinato de Marielle Franco. O que será que o miliciano quer esconder?
— Guilherme Boulos (@GuilhermeBoulos) January 5, 2023
Marielle foi executada em 2018, no Rio de Janeiro, no carro em que estava com uma assessora e com o seu motorista, Anderson Santos, que também morreu no local com disparos de fuzil.
As investigações levaram às prisões do policial reformado Ronnie Lessa, que atirou contra a vereadora, e do ex-militar Élcio Vieira de Queiroz, que dirigia o carro que perseguia Marielle.
Em 28 de julho de 2021, o miliciano Almir Rogério Gomes da Silva foi preso, acusado de ser o mandante do assassinato de Marielle, de acordo com o depoimento de Júlia Lotufo, a viúva de Adriano da Nóbrega, chefe do Escritório do Crime, milícia a qual pertenciam Ronnie e Élcio.
RELAÇÃO COM BOLSONARO
Até o momento, as investigações nunca relacionaram o crime à família Bolsonaro. No entanto, a repercussão quando foi descoberto que Ronnie Lessa morava no mesmo condomínio que Bolsonaro foi enorme.
O próprio Adriano da Nóbrega tinha proximidade com o clã Bolsonaro, inclusive sendo homenageado na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) com indicação do hoje senador Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente.
Familiares de Adriano também tiveram cargos no gabinete dos Bolsonaro, e mais tarde foram suspeitos de participarem do esquema de 'rachadinha' nos gabinetes do próprio Flávio.